Professor da FEARP/USP e da EAESP/FGV. Membro do Conselho da Associação Mundial de Alimentos (IFAMA) e criador da plataforma DoutorAgro.com. Publicou, com sua equipe, mais de 50 livros em 10 países.
Escreve a coluna Agronegócio
O agronegócio gerando energia com o combustível do futuro: o hidrogênio verde!
Publicado em 19/08/2022
A produção de energia renovável é uma das principais discussões da atualidade e vem sendo buscada em todo o mundo. Como já se sabe, o agronegócio brasileiro ganha destaque nesse contexto com a sua grande produção de etanol. Além disso, outras fontes ganham destaque gradualmente em nosso País, como é o caso do biogás, uma oportunidade e tanto na matriz energética do país. Mas o potencial deste setor em contribuir para a produção do que muitos chamam de “combustível do futuro”, o hidrogênio verde, ainda é pouco conhecido.
O hidrogênio apresenta um interessante potencial para se tornar um dos principais combustíveis de substituição do petróleo por ter capacidade energética até três vezes maior que a gasolina e por não emitir gases de efeito estufa em sua queima, segundo a Cibiogás. Para obtê-lo em sua forma pura, são necessários processos complexos. Quando a fabricação é realizada de maneira “limpa” e por meio de uma fonte de energia renovável, pode-se dizer que há a produção de “hidrogênio verde”.
Uma das principais formas de se produzir este combustível é por meio da utilização de eletricidade para promover a “quebra” de moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. O setor sucroenergético mostra-se promissor no que diz respeito a produção de hidrogênio verde, devido a sinergia que existe entre este combustível e os produtos gerados a partir da biomassa. Podem ser utilizados, por exemplo, a energia elétrica gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar e a água da vinhaça.
Em outros de nossos artigos apresentamos o biometano (forma mais purificada do biogás) que, além de ser também um biocombustível de alto potencial, pode ser uma das fontes para produção do hidrogênio verde.
Especialistas apontam que o Brasil tem potencial para se tornar um dos principais produtores mundiais de hidrogênio verde, inclusive podendo exportá-lo a outros países. Uma evidência disso foi o recente anúncio da construção da primeira fábrica para a produção no país na cidade de Camaçari (BA), que segundo a Infomoney pode ser a maior do mundo. Será realizado um investimento de U$S 120 milhões para a produção do combustível, o que equivale a mais de R$ 600 milhões atualmente.
O hidrogênio verde é ainda uma solução interessante para a produção de fertilizantes, já que ele pode ser transformado em amônia para a produção, por exemplo, de ureia e nitrato de amônia, diminuindo a necessidade da importação de tais insumos. Desta forma, a aplicação desta solução no agronegócio brasileiro é muito interessante e este pode protagonizar nos próximos anos mais esta revolução verde.
Estudos da McKinsey & Company estimam que a partir do uso de hidrogênio verde, no ano de 2040, o Brasil poderá evitar que haja a emissão de 75 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. O crescimento do uso deste combustível é capaz, ainda, de gerar um relevante impacto no que diz respeito às metas estabelecidas no Acordo de Paris e ao alcance de um cenário futuro de zero emissão de carbono.
Mostra-se que há para o agronegócio e para o Brasil, portanto, mais uma oportunidade de gerar energia limpa e sustentável. O hidrogênio verde é mais um produto que deve promover o desenvolvimento do país de forma exemplar para todo o mundo.
Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Confira textos, vídeos e outros materiais no site doutoragro.com
Leticia Franco Martinez
Gabriel de Oliveira Teixeira
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CEO da W Futurismo, Futurista Global, Estrategista, especialista em Foresight, em Comportamento Humano e em Gestão Positiva de Mudanças. Faz parte da comunidade da UNESCO em Futures Literacy.
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Sócio da BDO RCS Auditores Independentes – líder da área de Esporte Total. Responsável técnico da plataforma Fair Play Financeiro, da CBF. Professor da CBF Academy e do curso de Gestão e Marketing Esportivo, da Trevisan Escola de Negócios.
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Presidente do Instituto Chiavenato. Um dos autores nacionais mais respeitados na área de Administração e RH, com mais de 30 livros publicados. Professor convidado de várias universidades nacionais e do exterior.
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