Foresight e Prospectiva Estratégica ajudando negócios a projetar futuros

Jaqueline Weigel

CEO da W Futurismo, Futurista Global, Estrategista, especialista em Foresight, em Comportamento Humano e em Gestão Positiva de Mudanças. Faz parte da comunidade da UNESCO em Futures Literacy.

Escreve a coluna Futurismo

Foresight e Prospectiva Estratégica ajudando negócios a projetar futuros

Publicado em 08/03/2022

O futuro é uma pauta ativa do presente. Sempre foi, mas agora o assunto está mais intenso do que nunca. Como olhar para o futuro com métodos e de maneira estruturada?

Minha especialidade é em Estudos de Futuros, Futures Studies. Estive nas melhores escolas do planeta, aprendendo métodos que podem nos ajudar no presente a incluir o futuro na pauta, e a tomar decisões mais robustas em tempos incertos.

Quando usamos as ferramentas de Futures Studies de maneira estratégica dentro das organizações, chamamos o processo de Foresight Estratégico, que vai muito além de tendências de cenários.

Foresight é um processo sistemático para visualizar as possibilidades do futuro a longo prazo, identificando tendências emergentes e áreas de pesquisa da ciência, tecnologia, meio ambiente e sociedade que impactam a economia e o modo de viver do planeta.

A Prospectiva e o Foresight andam juntos, antecipando, trazendo clareza e organização e ajustando planos do presente. Não garantem o futuro, mas reduzem a margem de erro dos movimentos de inovação.

A Prospectiva Estratégica ganha destaque quando o assunto é inovação nos negócios. No mundo corporativo, questiona o atual status da gestão dos negócios, frágil e pouco competitivo perante os formatos digitais e pós digitais.

A Prospectiva Estratégica vem complementando o Planejamento Estratégico tradicional nas empresas, e traz vantagem competitiva em tempos de inovação.

Na maioria dos debates sobre o momento disruptivo do mercado, ouvimos muitos executivos entendendo claramente o que vai acontecer, mas não sabendo com precisão como se preparar para o que vem ou antecipar o cenário na prática, através de metodologias pragmáticas.

Esta é questão para a qual essas duas metodologias trazem a resposta: como antecipar o futuro na prática, usando e polinizando metodologias de diversas escolas de futurismo do mundo. Jouvenel, Godet, Peter Schwartz, Martini são boas referências de estudo no assunto.

O processo prospectivo promove prontidão para a mudança organizacional, possibilita que as empresas se preparem e se adaptem para absorver as ameaças e aproveitem as oportunidades da era pós-digital. Prospectar é observar causas que ensejam mudanças, é investigar para antecipar o que poderá acontecer em determinada área.

Principais objetivos do Foresight Estratégico aplicado:

• Capacitar pessoas e empresas a olharem de forma ampla e transversal para a complexidade global do mundo;

• Habilitar a comunidade corporativa a usar métodos de visualização de futuros que cabem em diferentes contextos;

• Ajudar empresas a responderem de forma pró ativa às novas demandas do mercado global e local;

• Interpretar e usar sinais para criar o pensamento antecipatório;

• Despertar criatividade e imaginação para criar o que ainda não existe.

Segundo Erik Overland, presidente da World Futures Studies Federation, "Foresight não trata da previsão de fatos e sim da criação de consciência sobre o futuro. Países vêm estudando como lidar com o que está acontecendo e mapeando o que pode acontecer antecipadamente”. Ele afirma acreditar que nada, nem o futuro ou suas predições, pertencem a um grupo ou a uma pessoa. Não há verdade absoluta nem um framework fechado sobre o que é ou não é futurismo ou sobre quem é futurista ou trendwatcher, palestrante, curioso, futurólogo ou surfista da onda da moda apenas.

Por que Foresight é importante?

O Foresight é importante porque permite identificar o real estado atual e construir uma visão de médio e longo prazo, onde os agentes sociais e corporativos estejam integrados e interligados.

Não é possível falarmos de um ponto isolado do complexo universo que compõe o ecossistema do mundo e dos negócios. Tecnologias exponenciais têm sido as grandes estrelas da virada do século. A transformação digital é o tema da moda, mas sinaliza apenas o início da mudança.

Todos esses assuntos precisam estar conectados ao contexto global e ao ecossistema do planeta; do contrário, não farão sentido em momento algum. As organizações estão inseridas em dimensões complexas: culturais, sociais, políticas, demográficas, tecnológicas, de infraestrutura, de segurança e de meio ambiente. Logo, a gestão de negócios precisa contemplar todas essas dimensões para prestar seu serviço à sociedade.

O Design Thinking atende o curto prazo e o Futures Thinking / Foresight o médio e longo prazo da mudança. Ver longe, de forma profunda, diversa, contemplar o humano, ser ousado usando técnicas e métodos de co-criação é fundamental.

As organizações não têm o hábito de pensar o futuro de longo prazo, porque o foco é colocado principalmente nos problemas do presente. Precisamos romper com a cultura do fazer coisas e sucumbir a pressões do imediatismo. Vamos criar o costume de construir o futuro com ações definidas a partir de hoje. Quem o fizer não precisará temer o futuro, pois estará preparado para ele.

Jaqueline Weigel - Contato: jaqueline@wfuturismo.com