Professor da FEARP/USP e da EAESP/FGV. Membro do Conselho da Associação Mundial de Alimentos (IFAMA) e criador da plataforma DoutorAgro.com. Publicou, com sua equipe, mais de 50 livros em 10 países.
Escreve a coluna Agronegócio
A adoção da chamada Agenda ESG destaca o comprometimento do produtor com o mercado
Publicado em 28/03/2023
As mudanças climáticas aumentam o risco e as incertezas para muitos setores, mas principalmente para o agronegócio, pois desencadeia variação brusca das temperaturas, no índice de chuvas, podendo levar a secas ou tempestades, além das possibilidades de geadas intensificadas. Isso tudo torna o clima menos previsível, sendo altamente prejudicial ao agricultor, pois a sua jornada sofre impactos desde a semeadura até a colheita; no caso do pecuarista, os problemas se voltam para a disponibilidade de água, ração e bem-estar animal.
No entanto, quantos dos produtores rurais estão cientes da verdadeira importância da sustentabilidade do negócio para a manutenção deste cenário? Quantos têm clareza do significado da sigla ESG e do impacto destes critérios para o clima?
A adoção da chamada Agenda ESG destaca o comprometimento deste produtor com o mercado por meio do uso de práticas sustentáveis e socialmente responsáveis, o que influencia positivamente toda a cadeia de produção agrícola, além do seu próprio negócio.
A tecnologia aparece como facilitador nesse processo, tornando a atividade no campo mais produtiva e inteligente. Sendo assim, a modernização das cadeias produtivas é essencial para que o agricultor atenda as demandas do mercado e obtenha acesso a fundos de investimento e ao mercado global.
Grandes bancos já começaram a testar uma ferramenta recentemente lançada pela Serasa, que avalia as ações ESG dos produtores rurais com o objetivo de ajudar na tomada de decisão dos órgãos que concedem crédito e de fornecedores de maneira geral e consumidores finais. Dessa forma, organizações financeiras terão mais facilidade para realizar uma análise de risco combinando fatores de crédito com o monitoramento do cumprimento de boas práticas ESG.
A princípio, o Score ESG só estará disponível para pequenos produtores rurais. Este pode variar entre 0 e 1000, sendo que aqueles abaixo de 400 são considerados produtores de alto risco e acima de 600 pontos são considerados produtores seguros, ou seja, são candidatos para se fazer negócios do ponto de vista socioambiental. O risco médio pode incluir dívidas trabalhistas, enquanto situações de risco mais grave podem incluir o trabalho análogo à escravidão, por exemplo.
A Serasa realizou uma pesquisa com 5 milhões de produtores rurais. Deste total, cerca de 1,6 milhão solicitaram crédito formal e uma análise foi feita em cima de 10% deste universo. Os dados revelaram que apenas 1% dos produtores rurais concentram as infrações socioambientais graves, ou seja, 99% seguem os preceitos da sustentabilidade.
A boa notícia foi divulgada em massa pela mídia, incluindo o jornal Consumidor Moderno, o Valor Econômico e outros canais renomados. Cabe a nós lutarmos para informar ao mundo e dar destaque para esta grande maioria que atua de maneira responsável dentro do agro brasileiro para que sejam reconhecidos também e nos atentar a esses 1% no intuito de combater e zerar este cenário, contando com a ajuda da legislação e da supervisão dos órgãos destinados a isto.
A coluna de Marcos Fava Neves é escrita em parceria com Letícia Franco Martinez e Gabriel de Oliveira Teixeira.
Leticia Franco Martinez
Gabriel de Oliveira Teixeira
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Presidente do Instituto Chiavenato. Um dos autores nacionais mais respeitados na área de Administração e RH, com mais de 30 livros publicados. Professor convidado de várias universidades nacionais e do exterior.
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Cofundador e presidente do Grupo Empreenda, consultor, palestrante e autor do bestseller “Seja o Líder que o Momento Exige”. Criador da metodologia “Passaporte para o Futuro”
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