Professor da FEARP/USP e da EAESP/FGV. Membro do Conselho da Associação Mundial de Alimentos (IFAMA) e criador da plataforma DoutorAgro.com. Publicou, com sua equipe, mais de 50 livros em 10 países.
Escreve a coluna Agronegócio
Descarbonização e os ganhos de cada agente da cadeia de produção
Publicado em 05/01/2024
Apesar dos desafios enfrentados para ampliar investimentos e promover inovação, existem benefícios tangíveis e de longo prazo para aqueles que se comprometem com esforços para remoção de carbono do ambiente, independente do setor em que atuam.
Há vantagens estratégicas e competitivas para os pioneiros dispostos a encarar esses desafios. Analisamos o relatório Mckinsey “Carbon removals: How to scale a new gigaton industry” para identificar estas vantagens:
- Para investidores pioneiros nessa área. Estes podem adquirir experiência valiosa na identificação de novas oportunidades e na avaliação de seu potencial, antes daqueles que esperam o crescimento do mercado para se envolver.
- Para os desenvolvedores de projetos que geram créditos de carbono através de atividades de captura e armazenamento. Estes têm potencial para capturar entre 73% e 82% das receitas estimadas do mercado até 2050, variando de US$ 250 bilhões a US$ 900 bilhões. Ao realizarem atividades de remoção física, como a captura, transporte e armazenamento de carbono, estão posicionados para obter a maior parte das receitas da indústria, enquanto outros participantes do mercado viabilizam seus esforços.
- Para os compradores que estabelecerem acordos de compra antecipados. Estes podem garantir um suprimento confiável de remoções futuras, mesmo diante do aumento da demanda. Se empresas forem obrigadas a compensar emissões, por exemplo, por mudanças regulatórias ou diretrizes sobre compensação de carbono, a procura por créditos pode crescer consideravelmente.
- Para os governos que agirem para apoiar a indústria. Estes podem fortalecer sua capacidade de remoção interna, alinhando seus compromissos nacionais com o Acordo de Paris, atendendo a outros compromissos ambientais. Esta pode ser uma oportunidade global, pois há diversas soluções disponíveis, permitindo que cada país utilize soluções mais adequadas às suas geografias. Por exemplo, países com acesso à energia renovável de baixo custo podem se beneficiar de soluções intensivas em energia, como a captura direta de ar.
Visto isso, em suma, a antecipação e o pioneirismo permitem ingressar neste mercado com diversas vantagens estratégicas, seja como investidor, desenvolvedor, comprador e até governo. Identificar oportunidades e agir antes que o mercado cresça pode ser crucial para o sucesso a longo prazo. Além disso, os projetos que oferecem soluções eficientes de remoção de carbono têm o potencial de capturar uma parte substancial das receitas, enquanto os intermediários também podem desempenhar um papel importante no processo.
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A coluna de Marcos Fava Neves é escrita em parceria com Letícia Franco Martinez e Gabriel de Oliveira Teixeira.
Marcos Fava Neves é professor titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Confira textos, vídeos e outros materiais no site doutoragro.com
Leticia Franco Martinez
Leticia Franco Martinez é doutoranda pela FEARP/USP, especialista em sustentabilidade no agronegócio e coordenadora de conteúdo na Harven Agribusiness School. Confira seus materiais no Instagram Tripé Sustentável e LinkedIn
Gabriel de Oliveira Teixeira
Gabriel de Oliveira Teixeira é graduado em Ciências Econômicas e mestrando em Administração de organizações, ambos na USP de Ribeirão Preto. É também consultor, pesquisador na área de agronegócios e especialista em bioenergia e sustentabilidade. Confira seus materiais no Linkedin
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Economista e consultor. É diretor do Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo, onde também atua como superintendente institucional. Autor dos livros "O Plano Real Para ou Continua" e "O Plano Real Acabou?".
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Sócio da BDO RCS Auditores Independentes – líder da área de Esporte Total. Responsável técnico da plataforma Fair Play Financeiro, da CBF. Professor da CBF Academy e do curso de Gestão e Marketing Esportivo, da Trevisan Escola de Negócios.
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