Professor da FEARP/USP e da EAESP/FGV. Membro do Conselho da Associação Mundial de Alimentos (IFAMA) e criador da plataforma DoutorAgro.com. Publicou, com sua equipe, mais de 50 livros em 10 países.
Escreve a coluna Agronegócio
Afinal, o que é o mercado de carbono no agro?
Publicado em 21/09/2021
O Protocolo de Kyoto adotado em 1997 na terceira Conferência das Partes, COP-3, realizada em Kyoto, no Japão, foi a primeira menção ao mercado de carbono, dentre discussões de sustentabilidade com o objetivo de diminuição do aquecimento Global. Uma possível solução estabelecida neste protocolo já envolvia o incentivo financeiro para que países em desenvolvimento deixassem de emitir os gases do efeito estufa. Tal incentivo seria obtido pela venda de créditos “de não emissão” aos países desenvolvidos, os quais não conseguiriam diminuir o seu impacto climático em suas condições. Nessa troca começou-se a falar no Mercado de Carbono.
Mais especificamente, é possível entender o crédito de carbono como um certificado que é emitido quando da diminuição de emissão dos gases do efeito estufa.
O Brasil está ganhando espaço internacionalmente neste mercado. A justificativa está na grande quantidade de recursos naturais que o país possui, possibilitando atuação positiva; por outro lado, pode sofrer grandes impactos pelas mudanças climáticas, já que a biodiversidade disponível é colocada em risco na mesma proporção.
Apesar dessa aptidão do país, é preciso organização e regulamentação do carbono, tendo que ser seguida “ao pé da letra” a legislação brasileira, ou seja, questões de desmatamento ilegal não podem estar associadas ao crédito de carbono.
Segundo o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas de 2019, é possível estocar até 8,6 gigatoneladas de dióxido de carbono anualmente nas terras cultiváveis e pastos do mundo. Tal informação mostra a grande oportunidade do Brasil liderar esse mercado, graças a sua grande mecanização de processos e uso de tecnologias diferenciadas na agricultura de precisão, além das boas práticas de manejo de solo e otimização do uso ou reutilização dos recursos naturais.
As propriedades rurais constantemente investem em ações de preservação ambiental. Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a conservação da Amazônia poderia gerar US$ 10 bilhões ao ano para o Brasil em créditos de carbono. O maior desafio é como mensurar tudo isso com precisão, considerando também os custos altos envolvidos para acesso a essas informações.
Em evento para o Globo Rural, o diretor de sustentabilidade da Bayer, comentou que pelo menos 500 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq) podem ser monetizados pelo agronegócio brasileiro. Isso pode chegar a, ao menos, US$ 5 bilhões, se referindo apenas à área de agropecuária e não considerando a floresta, com mais 5 bilhões de toneladas. A pecuária seria a atividade de maior potencial. Com base no valor acordado pela Coalizão Leaf assinada pelos governos estadunidense, britânico e norueguês, a média para pagamento é de US$ 10 por tonelada, já o Canadá tem trabalhado com pagamentos de CAD 40 e países europeus com € 40.
Está em vista a Conferência do Clima (COP26-26), na qual líderes de 196 países devem se reunir em Glasgow, na Escócia. Foi pedido o adiamento do encontro, justificado pela pandemia, que aconteceria neste mês. A monetização do carbono deve ser uma das grandes pautas do evento.
Leticia Franco Martinez
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Economista e consultor. É diretor do Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo, onde também atua como superintendente institucional. Autor dos livros "O Plano Real Para ou Continua" e "O Plano Real Acabou?".
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CEO da W Futurismo, Futurista Global, Estrategista, especialista em Foresight, em Comportamento Humano e em Gestão Positiva de Mudanças. Faz parte da comunidade da UNESCO em Futures Literacy.
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Sócio da BDO RCS Auditores Independentes – líder da área de Esporte Total. Responsável técnico da plataforma Fair Play Financeiro, da CBF. Professor da CBF Academy e do curso de Gestão e Marketing Esportivo, da Trevisan Escola de Negócios.
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Presidente do Instituto Chiavenato. Um dos autores nacionais mais respeitados na área de Administração e RH, com mais de 30 livros publicados. Professor convidado de várias universidades nacionais e do exterior.
Escreve a coluna Tendências da Administração
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Administrador com pós-graduação em Marketing. CEO da Giros Filmes, sócio da Mundo Real e ex-CEO da Agência TUDO. Um dos mais reconhecidos profissionais de Marketing do País
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Cofundador e presidente do Grupo Empreenda, consultor, palestrante e autor do bestseller “Seja o Líder que o Momento Exige”. Criador da metodologia “Passaporte para o Futuro”
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