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Na última segunda-feira (11), o Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA-SP encerrou o seu calendário de reuniões plenárias presenciais em 2023. Na ocasião, os conselheiros da casa, além dos membros da diretoria-executiva e do Conselho Consultivo da Presidência, debateram e aprovaram temas institucionais e assistiram a duas apresentações especiais. 

A primeira delas, realizada pelo Adm. Vicente Picarelli, abordou a estruturação do Planejamento Estratégico do CRA-SP para 2024, que tem como alicerces a governança, transparência, inovação e inteligência operacional, além da satisfação do público de interesse do Conselho. Na explanação, Picarelli detalhou as etapas realizadas até agora em conjunto com as áreas operacionais e explicou que o novo planejamento será integrado ao orçamento e à avaliação de desempenho dos colaboradores, por meio da construção de métricas estratégicas.

O especialista, contratado pelo CRA-SP para apoiar no desenvolvimento dos projetos e na capacitação da equipe interna do Conselho, ainda falou sobre as suas expectativas e a importância de uma cultura organizacional forte para o sucesso das ações “Com certeza precisaremos ver se o modelo operacional está condizente com aquilo que queremos alcançar. Imaginamos que todos os colaboradores terão que trabalhar com uma outra visão, com uma cultura de contribuição, de fazer parte de grupos que conduzem determinados projetos para alcançar coisas maiores. As lideranças com as quais tenho trabalhado são pessoas que têm vontade de fazer a mudança e eu quero fazer com que essa engrenagem comece a girar com mais tranquilidade e confiança, trazendo novas ideias”, explicou. 

Já a segunda apresentação teve como objetivo trazer um panorama aos participantes do cenário econômico atual, bem como as projeções para 2024, e foi realizada por Igor Rocha, economista chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP, a convite do presidente do CRA-SP, Adm. Alberto Whitaker. Em sua fala, Rocha abordou tópicos como a perspectiva de um câmbio mais fraco para o próximo ano, juntamente com a queda dos juros no mundo, além da importância das commodities para a economia brasileira. 

Falando sobre o que puxou a economia em 2023, o economista citou a produção de grãos, que deve sofrer queda no próximo ano, tanto por conta da mudança de nível, que atualmente está muito elevado, quanto pelas questões climáticas projetadas para 2024, que devem afetar severamente a agricultura. Outros dois pontos destacados por Rocha este ano foram o aumento da renda da população brasileira e a recuperação do setor de serviços, fortemente impactado pelo crescimento de medidas assistenciais. "O Brasil é um país pobre, então quando há medidas de transferência de renda, que inclusive são incentivadas pelo Banco Mundial, existe um impacto muito grande no consumo. Em 2022, o Bolsa Família representava 1,2% do PIB, chegando a 1,6% em 2023, com 21 milhões de famílias atendidas", explicou. 

Ele ainda apontou a queda na taxa de desemprego no país e reforçou que ela se deve, também, à diminuição do percentual da população economicamente ativa no país, que pode ter ocorrido por algumas hipóteses: a primeira seria a aposentadoria dos profissionais mais velhos; a segunda devido a desistência de busca por emprego pelos cidadãos; e a terceira por conta do aumento dos benefícios sociais ofertados pelo governo, que também pode afetar a procura por vagas no mercado formal. 

De maneira geral, Rocha lembrou que hoje o Brasil é um país muito melhor do que há vinte anos, pois, independente do sucesso ou não de um governo em particular, muitas ações importantes foram realizadas ao longo das últimas décadas, e reforçou que 2024 pode surpreender. "É um ano ainda com muitos desafios, mas a expectativa de queda da taxa de juros aqui no Brasil e lá fora, sobretudo nos Estados Unidos e Europa, tende a nos ajudar. As projeções hoje estão contando com um crescimento do PIB menor para 2024, em relação a esse fechamento de 2023, mas eu acho que ainda pode surpreender para cima”, finalizou. 

Expectativas no Conselho

Acompanhando as projeções realizadas durante as duas apresentações, o presidente do CRA-SP mostrou-se otimista para o 2024, quando completará quatro anos à frente da autarquia. “Tudo que o que temos desenvolvido no Conselho durante esse tempo nos leva a um lugar muito mais tranquilo em termos de governança, transparência e reestruturação de processos em diversas áreas, como fiscalização e recursos humanos, apenas para citar duas. Estou confiante de que no próximo ano conseguiremos não só dar continuidade aos projetos já em andamento, como colocar em prática outras ações que ainda dependiam de ajustes finais. O planejamento estratégico, por exemplo, é algo complexo, que vínhamos trabalhando internamente e que, com a ajuda externa, podemos avançar ainda mais, deixando algo estruturado e que estará presente no CRA-SP nos próximos anos”, ressaltou Whitaker.