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Começo de ano é sinônimo de contas. IPVA, IPTU, material escolar, matrícula, cartão de crédito com as despesas de fim de ano... A lista de gastos é grande. Para aqueles que já estão com a conta no vermelho, é preciso planejamento e orientação para não piorar ainda mais a situação. Em tempos de economia instável, é necessário - além do velho conselho de gastar menos do que ganha - estabelecer regras para controlar as finanças.

O país contabiliza 59,8 milhões de brasileiros endividados, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito. E quando o assunto é dinheiro, não existe alternativa: tem que aprender a lidar com ele. "Para ser rico de verdade é preciso mudar a relação com o dinheiro", pontua o escritor, consultor e empresário, Ben Zruel, que já foi a falência duas vezes e aprendeu a lição. Ele explica que para "sair do vermelho" é preciso tomar decisões drásticas.

Em pesquisas e consultorias que dá em Sorocaba (SP) e em várias cidades do país, o consultor comenta que as pessoas acabam adquirindo produtos e serviços que fogem do orçamento. O palestrante, que nasceu em Israel e chegou ao Brasil em 1999, explica que um dos principais problemas é o crédito fácil. "Aqui, o estudante de faculdade tem acesso a empréstimos e já começa a vida endividado. E o mais alarmante é que, quando se trata de educação financeira, os brasileiros ficam atrás de países como o Zimbábue, por exemplo", alerta.

Ele é categórico ao explicar que o financiamento dá a ilusão de progresso, entretanto, é mais prudente guardar dinheiro para depois adquirir algo. "Você pode fazer tudo sem financiamento. A diferença é que em vez de receber e depois pagar, você paga e depois recebe", pontua Ben.

Mas, quando a dívida está em um estado crítico, o que fazer para conseguir guardar dinheiro? O empresário estabeleceu regras em que é preciso tomar decisões drásticas para sair "abismo financeiro".

Primeira regra
A primeira coisa que deve ser evitada é procurar negociar com o gerente do banco. "Os juros do refinanciamento giram em torno de 150%. Se você não tem dinheiro para pagar R$ 1,2 mil do cartão de crédito, não terá R$ 800. O gerente não está do seu lado e ele só vai aumentar ainda mais sua dívida. É como um bêbado perguntar para o dono do bar o que fazer. Não faz sentido", compara.

Segunda regra
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao recorde de 482,1% ao ano, em novembro, segundo o Banco Central. Por isso, o segundo passo está relacionado ao "dinheiro de plástico". Neste caso, entra a regra do "tudo ou nada". Ele orienta a guardar o que for possível para depois pagar o total. "Nunca pague somente o mínimo, esse valor fará falta em casa e não vai ajudar na dívida. Depois de alguns meses, você vai até o banco e paga a fatura integral", esclarece.


Terceira regra
É preciso ter controle emocional quando a assunto é dinheiro. "Esqueça o que seus pais disseram a você", ressalta o consultor.

Para entender o conceito de riqueza é preciso ter liberdade financeira ao gastar menos do que ganha. "As pessoas aprenderam a receber o salário e gastar tudo. Mas, e quando o salário faltar?", questiona. Por isso, a pessoa deve dar um passo para trás e, muitas vezes, reduzir o conforto para poder ter um fôlego financeiro.

Mesmo que a pessoa siga todas as regras ela ainda pode ter o nome colocado no Serviço de Proteção ao Crédito. Mas a medida, ao contrário do que muita gente pensa, não é o fim do mundo. "Eles não vão sujar seu nome, eles vão proteger para que a pessoa não faça mais dívidas", pondera.

Fonte: G1