Empreendedor nato, Loureiro atuou no Brasil durante duas décadas nos setores de moda, automóveis, bebidas e alimentos. Depois, partiu para a Califórnia (EUA) para investir no mercado de economia compartilhada. Fundou, em 2012, a Spinlister, startup de compartilhamento de bicicletas, vendida em 2017, mesmo ano em que viu nascer o sistema de compartilhamento de patinetes elétricos. Voltou para o Brasil e fundou a Ride, pioneira na prestação do serviço no País, que iniciou suas operações nas ruas de São Paulo em agosto de 2018. Dois meses depois, fundiu-se com a Grin que, junto a Yellow, deu origem à Grow Mobility.

Hoje, com suas patinetes, bicicletas e scooters, além do serviço de carteira digital - criada para as pessoas que não possuem conta bancária ou cartão de crédito possam ter acesso aos veículos - Loureiro se orgulha de contribuir para a redução de injustiças sociais: “Mais do que inclusão social, promovermos a inclusão financeira, porque além de ser utilizada para comprar serviços de mobilidade, a carteira digital permite realizar o pagamento de contas ou qualquer outro serviço oferecido por uma fintech.”

Com marketshare dominante na América Latina – exceção do Chile - a Grow enfatiza a sua responsabilidade de não deixar para as próximas gerações a atual situação de caos, trânsito e poluição vivenciada nas grandes metrópoles. “Cerca de 60% das viagens realizadas vão de 0 a 5 ou 6 quilômetros. Isso significa que elas poderiam ser feitas de bicicleta e patinete tranquilamente. No entanto, 80% dessas viagens são feitas de carro, com apenas um passageiro dentro do veículo. A micromobilidade pode ajudar a retirar esses carros da rua e a ajudar a reduzir a emissão de co2”, explicou.

Responsabilidade social      

“Devolver a cidade para as pessoas. Hoje a gente entende que as cidades são para os automóveis e acredita que a cidade do futuro deve ser assim”, provocou Loureiro, ao falar sobre a responsabilidade de empresas como a Grow de estimular a mudança, apontando o problema e enfatizando a demanda: “Quando as pessoas me perguntam como eu vejo a Grow daqui a cinco ou seis anos eu digo que não faço a menor ideia, mas vejo cidades melhores.”

E a inovação da atuação da Grow no Brasil vem, também, segundo Loureiro, no quesito social, com a redução da desigualdade. “A gente entendeu que deveria mudar de mentalidade e pensar em inovação social, um círculo de valor compartilhado. Não poderia ser bom só para a empresa, deveria ser bom para todos. E foi assim que começamos a auxiliar pessoas que não têm experiência ou capacitação, trazendo-as para dentro. Aqui nós as capacitamos para que possam crescer na empresa ou, se houver oportunidade, para que elas saiam. Assim a gente consegue trazer mais pessoas, porque essa é a nossa responsabilidade. Quando a gente se relaciona com a comunidade, a gente gera oportunidade”, finalizou, firme na missão de potencializar a marca como parceira social e promotora de negócios nas regiões periféricas.