A lógica do cisne negro e as competências estratégicas de gestão - CRA-SP
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A lógica do cisne negro e as competências estratégicas de gestão

Até o século XVII, todos habitantes do planeta acreditavam que haviam somente cisnes brancos. Entretanto, surgiu na Austrália, em 1697, o Cisne Negro, contrariando todas as evidências dos ornitólogos. 

Em 2008, Taleb N.Nicholas, afirma em seu livro A lógica do Cisne Negro que “a lógica do Cisne Negro torna o que você não sabe mais relevante do que aquilo que você sabe”. A lógica do Cisne Negro para Taleb resume-se da seguinte forma: o Cisne Negro está fora do âmbito das expectativas comuns, constituindo-se numa raridade, é um outlier; o Cisne Negro causa impacto extremo; e o cisne Negro, apesar de ser uma raridade, permite o desenvolvimento de explicações para a sua existência após sua ocorrência.

Nesses tempos de implantação da tecnologia 5G, metaverso e drones, as organizações esperam ser conduzidas por um líder estrategista, que enxergue além desses horizontes e acredite na existência de um Cisne Negro que irá impactar o resultado dos seus negócios. 

Onde estará o Cisne Negro com a tecnologia 5G que vem para facilitar a dinamização das cidades inteligentes? Temos Londres como exemplo de mobilidade urbana com mais de 400 quilômetros de metrô integrados ao trem, ônibus, táxis e bicicletas. Aqui no Brasil são muitas as discussões em torno da gasolina e do óleo diesel, entretanto, a Holanda busca o seu Cisne Negro há algum tempo na utilização da bicicleta e veículos movidos à base da eletricidade e hidrogênio. É bem provável que o líder estrategista encontre o Cisne Negro no metaverso inserindo o mundo físico no mundo virtual. A divisão agrícola da BASF criou um mundo virtual para apresentar suas soluções de agronegócios.

Nos apropriando da Teoria “U” de Scharmer (2009) deduzimos que, para que seja encontrado o Cisne Negro, o líder estrategista precisa ter uma mente aberta, um coração aberto para a inovação e uma vontade aberta para a concretização dos objetivos. Na Teoria “U”, a mente aberta é como paraquedas, só funciona quando é aberta. Isso significa explorar a inteligência intelectual (QI) das pessoas. O momento exige um alto grau de tecnologia nos processos da organização com o uso do cloud computing e o uso de energia limpa nos processos de fabricação. O líder que não tiver a mente aberta para esse novo ambiente organizacional sempre entregará mais do mesmo. Líder estrategista com coração aberto trabalha mais o lado direito do cérebro-competência emocional. É o ponto de se explorar a empatia e a convivência em equipe. Os trabalhos das empresas com aplicação da metodologia design thinking são um bom exemplo. A terceira competência apresentada pela Teoria U é a vontade aberta, que significa trabalhar com fé e com a alma. É manter a equipe unida em torno de um objetivo estratégico.

Diante do desafio de se encontrar o Cisne Negro, o líder estrategista tem que entender, também, a importância da humanização de suas ações em todas as dimensões do ecossistema da organização. 

Esse é o nosso ponto de vista!

Por Adm. Djair Pereira

CRA-SP nº 8002

Administrador, professor universitário, autor do livro Investimento Social Privado e ações assistencialistas: uma luta contra a pobreza, pela Editora Dialética e coautor do livro Planejamento Estratégico, pela Editora IESDE. 





Revista Administrador Profissional - ADM PRO
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