Reinvenção do mercado imobiliário

Novos modelos de moradia surgiram para atender o consumidor que não deseja mais comprar um imóvel, mas sim usufruir o espaço

Com a transformação da sociedade nos últimos anos, as pessoas vêm mudando sua forma de pensar em relação à habitação. Ao contrário do modelo de ter um apartamento/casa, criado na época em que as pessoas se casavam com 20 anos e viam a escritura como um sinônimo de segurança, agora, a preferência é usar as residências, ou seja, consumi-las como um serviço e não necessariamente comprá-las.

Ao observar essa mudança de comportamento, o empreendedor Alexandre Frankel lançou a Housi, a primeira plataforma que oferece moradia por assinatura. Para explicar sobre esse novo conceito que vem revolucionando o mercado imobiliário, Frankel marcou presença na 12ª edição do Encontro do Conhecimento em Administração - ENCOAD 2021, como convidado de uma das faixas especiais no dia 15 de setembro.

Início no empreendedorismo

Frankel contou que sua jornada empreendedora começou aos 17 anos, com uma empresa de tecnologia voltada ao entretenimento digital. Entre os trabalhos, ele fez o Show do Milhão, programa exibido no SBT no início dos anos 2000.

“Nessa época, ficava cinco horas por dia dentro do carro e não dava conta do quanto aquilo atrapalhava a minha vida. E essa é a rotina de milhões de pessoas por todo o Brasil, especialmente nas grandes metrópoles. Vendi a primeira empresa e quis fazer um negócio que pudesse transformar a vida das pessoas e da cidade. Empreendi de novo e construí apartamentos onde as pessoas podiam morar perto do seu trabalho e, daí, surgiu a Vitacon. Hoje são 100 prédios, mais de 35 mil clientes e um faturamento de mais de R$1,5 bilhão por ano. Transformamos o mercado e, hoje em dia, vemos pessoas buscando uma vida mais minimalista em ambientes mais compactos”, revelou.

Novo perfil do consumidor

Antenado na nova tendência do consumo, Frankel identificou por meio de pesquisas que mais de 80% dos novos consumidores que estão entrando no mercado imobiliário não querem mais comprar, mas sim usar o apartamento.

Diante disso, ele criou a Housi, um modelo imobiliário revolucionário que dá a liberdade para as pessoas escolherem o tempo que querem ficar no imóvel, a melhor localização, o tamanho do apartamento e o modo de pagamento que mais se encaixa em suas finanças. Na Housi, em poucos cliques, seja no site ou no app da empresa, o usuário pode fazer um tour virtual no empreendimento e escolher aquele que mais o agrada. “São coisas que em um mercado de aluguel era impossível. Agora tem que entender o que o cliente quer, o que ele precisa e o que os modelos antigos não oferecem. É desafiar o status quo em prol do consumidor”, explicou.

Próximos passos

O CEO da Housi recordou que, antes, as pessoas dividiam o tempo da moradia com o trabalho, a rua, a academia, entre outros. No entanto, atualmente, o tempo na residência mais do que dobrou e as pessoas passam cerca de 20 horas dentro de casa. Por isso, com esses novos modelos de negócio, elas conseguem consumir várias coisas sem sair de lá, como mercado, comida e aula de ginástica.

“É uma revolução muito grande e as empresas precisam entender que o consumidor mudou completamente seus hábitos. As pessoas querem tudo muito rápido e mudar com frequência. Tudo está mais volátil, as coisas duram menos tempo, os consumidores têm menos paciência e, por isso, a praticidade e o tempo valem mais que tudo. Então, o que conseguirmos fazer para que as pessoas tenham mais tempo, é válido”, concluiu.

A íntegra desta apresentação, realizada no terceiro dia do ENCOAD 2021, você encontra neste link.

ENCOAD 2021