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Mercado para quem quer comprar e vender

A compra e venda de itens usados, intermediada por plataformas online como a OLX, ganhou força durante a pandemia e apresenta grande potencial de crescimento, conforme explica Flávio Passos

Se existe algo que o brasileiro gosta é carro. A afirmação, inquestionável até algum tempo atrás, vem sofrendo mudanças diante dos novos hábitos do consumidor que, cada vez mais, tem preferido usufruir um serviço e não ter a posse de um produto. Embora essa possa ser uma tendência forte nos próximos anos, é importante entender que ela não encerra a necessidade de compra e venda de veículos. Para falar sobre isso e, também, sobre como modelos de negócios majoritariamente C to C, que conectam pessoas interessadas em comprar e vender os mais diversos produtos, mudou ao longo dos anos, a 12ª edição do ENCOAD recebeu Flávio Passos, VP Autos & Comercial da OLX

Passos iniciou sua apresentação contando um pouco mais do universo empresa: são 1.600 funcionários em todo o Brasil e 58 milhões de usuários ativos na plataforma que, apenas em 2020, foram responsáveis por 29 milhões de itens vendidos, o correspondente a R$ 174 bilhões transacionados. “Estamos numa fase que chamamos de super liquidez, na qual tem muito mais gente querendo comprar do que querendo vender. Quando existe esse desequilíbrio, você anuncia seu carro, por exemplo, e o vende muito rapidamente”, explicou. 

Novas tendências 

Falando especificamente sobre o setor de veículos da plataforma, Passos contou que a página de autos da OLX se tornou muito mais verticalizada e intuitiva nos últimos tempos. “Além da foto, o vendedor agora também pode colocar um vídeo do automóvel, que aproxima e facilita a jornada do usuário. Para o comprador, é oferecida a possibilidade de conhecer um pouco mais o veículo, por meio do histórico veicular, e quem o está anunciando, por meio do perfil verificado do vendedor, que atesta que aquela pessoa é alguém pré-checado pela OLX. Além disso, é possível simular um financiamento dentro da própria plataforma, de maneira inteiramente digital. Com isso eu crio uma jornada muito mais intuitiva, fácil e segura do ponto de vista do comprador e do vendedor”, contou. 

Passos ainda revelou que os usuários da plataforma fazem, em média, 28 buscas por mês, o que levou a empresa a perceber que, talvez, o comprador do carro não estivesse tão certo sobre qual modelo comprar. Eles chegaram à conclusão que 80% dos compradores acabam adquirindo um veículo diferente daquele pensado inicialmente e que, nessa jornada digital, existe uma grande busca até que ele [consumidor] entenda que sua demanda foi atendida. 

Sobre a tendência de usufruir e não ter, que tem feito muitos consumidores desistirem da aquisição de um carro, Passos disse que, mesmo assim, a compra e venda de veículos é algo que vai continuar existindo, talvez com um público diferente. “Se hoje o consumidor não quer ter um veículo, mas não abre mão da mobilidade, alguém deverá ter um automóvel para atendê-lo, seja um motorista de aplicativo, uma locadora, o vizinho que vai dar carona etc. A gente entende que a indústria automotiva vai ter vida longa e próspera pela frente, o que vai mudar é o dono do carro e nós, como plataforma democrática, temos que atender a todos esses públicos”, contextualizou.

   Flávio Passos 

Pandemia 

Ao comentar sobre as mudanças vivenciadas no último ano, Passos mostrou que o número de pessoas dispostas a vender e comprar alguma coisa aumentou consideravelmente. Para ele, a pandemia foi um grande catalisador da digitalização do consumidor, pois, ao se isolar, muita gente percebeu que existia algo desnecessário em casa. “Esse grupo de brasileiros começou a se desapegar de um monte de coisa que não precisava. Na contramão disso, outras pessoas entenderam que não tinham itens necessários para esse novo momento, como uma cadeira ou um computador adequados para o home office”, disse. 

Diante desse cenário, Passos revelou que, em 2020, a plataforma registrou um aumento de 26% na venda de produtos usados em relação ao ano anterior. Ele explicou que, em entrevista a esse grupo de pessoas, a OLX conseguiu saber que 40% dos brasileiros já fizeram a compra de algum item usado pela internet e que metade deles fizeram isso pela primeira vez durante a pandemia. Ele também falou que, na média, cada brasileiro tem cerca de R$ 4.700 em itens, em casa, que poderiam ser vendidos, como um celular, um videogame ou uma bicicleta, por exemplo, e que esse é um mercado que cresce e apresenta boas oportunidades. 

Segurança

Acompanhando o crescimento no número de transações digitais, está a preocupação com a segurança digital. Passos contou que o tema é muito crítico e que o Brasil só perde para o México em número de fraudes na internet. “Na OLX buscamos evitar isso por meio de quatro frentes: a primeira é educação ao usuário (dando informações sobre como se comportar, melhores práticas para compra e venda, como proceder); o segundo ponto é a inteligência artificial na predição de fraudes (sabendo como o fraudador se comporta e qual o padrão de atuação dele, conseguimos direcionar o robô para capturar indícios de que aquela transação talvez seja uma fraude e intervir antes que ela aconteça); o terceiro ponto é a atuação imediata (juntamente com as autoridades que buscam desmantelar essas quadrilhas); e, por fim, a criação de produtos que deem a segurança que o meu usuário precisa (como o histórico veicular e perfil verificado, já citados). Com essas ações buscamos fechar todas as possibilidades de uma fraude acontecer”, explicou o VP da OLX. 

Papel do profissional da Administração 

Questionado sobre o papel do profissional da Administração em meio a todas essas mudanças da sociedade, Passos enfatizou que o protagonismo deve ser a palavra-chave. Ele explicou que o protagonista é aquela pessoa que antecipa tendências e toma as ações necessárias para que a empresa consiga passar por momentos de transformação de forma mais suave. “Por isso, é importante entender o mercado, como seu consumidor mudou e o que ele espera de você. Durante a pandemia vimos vários lojistas que não conseguiram sobreviver porque não se anteciparam a esse processo de digitalização, ou seja, não estavam nas redes sociais, não tinham um site próprio e, assim, sumiram. Por isso que eu digo: protagonismo e antecipação de demandas são essenciais”, finalizou. 

A íntegra desta apresentação, que encerrou o terceiro dia do ENCOAD 2021, você encontra neste link.




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