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A vez da era da assistência

Para promover a inclusão, a equidade e a diversidade, as marcas devem entender o consumidor e não apenas investir em tecnologia

Para falar o que mudou no comportamento do consumidor e no posicionamento das marcas no atual momento, conhecido como era da assistência, em comparação a antes da pandemia (denominada de era da conveniência), o último dia do Encontro do Conhecimento em Administração - ENCOAD, realizado em 16 de setembro, recebeu em uma das suas faixas especiais a diretora de Excelência de Marketing da Mondelez Brasil, Tati Gracia.

Tati explicou que, antes, o consumidor ia até onde as marcas estavam e o consumo digital ainda era incipiente. No entanto, com o isolamento social provocado pela pandemia houve a inclusão digital em todas as gerações. “Isso é interessante como análise comportamental, porque muda drasticamente o posicionamento das marcas, pois agora são elas que precisam chegar onde o consumidor está. Com isso, a inclusão digital teve que acontecer em todas as gerações, inclusive os 60+, que foram altamente impactados por esse novo comportamento. Portanto, ter empatia por esse público e ajudá-lo nessa inclusão passou a ser prioridade na sociedade. E nesse conceito de ir até onde o consumidor está, estar disposto a entender a sua jornada e, principalmente, suas dores, a era da conveniência deu lugar para o que chamo de era da assistência”, complementou.

ESG no DNA da empresa

Para exemplificar o modo como as questões voltadas ao ESG (environmental, social and governance, na sigla em inglês) impactam na comunicação das empresas, a diretora citou como case a Mondelez, onde atua há 10 anos. Ela contou que esse conceito está no DNA da empresa há um bom tempo e que, ciente do seu papel como agente de transformação, pilares como equidade, inclusão e diversidade são prioridades na organização. Para tanto, a companhia dispõe de um Comitê de Diversidade que atua com quatro grupos de afinidade: Pessoas com deficiência (PCD), Étnico-Racial, Mulheres na Liderança e LGBTQIA+.

“A Mondelez é uma empresa globalmente representativa no mercado de alimentos e temos ajudado a sociedade a crescer nesse movimento e dar esses passos tão importantes que são a inclusão, a equidade e a diversidade”, acrescentou.

No que tange ao aspecto ambiental, Tati comentou que a organização tem metas claras e entrega de resultados factíveis, citando como exemplo as duas fábricas que operam com 100% de energia limpa e a grande maioria das embalagens, que são produzidas para serem recicladas.

“As marcas desse novo mundo são aquelas que param de contar histórias para fazerem história. Essa é uma mudança determinante nas empresas que serão relevantes nas vidas dos consumidores daqui pra frente”, afirmou.

   Tati Gracia 

Intergeracionalidade nas empresas

Para a diretora, cada geração tem algo para dar e algo para receber e, por essa razão, não se deve classificá-las e dividi-las, mas sim uni-las. “Essa troca de experiência entre elas é o que vai ajudar não só a inclusão, mas também o oferecimento de produtos e serviços que atendam as diferentes pessoas”, ressaltou.

Em sua opinião, o mundo não pode ser simplesmente automatizado, ele tem que ser personalizado. Hoje em dia, já existem, por exemplo, tecnologias que respondem para o cliente de forma mais devagar ou mais rápida, de acordo com o tom e velocidade da sua voz. “É interessante observar o que a tecnologia vem trazendo para a intergeracionalidade e como ela pode tirar melhor proveito de cada geração, porque certamente cada uma tem uma fortaleza para doar e uma habilidade para aprender. Não à toa estamos usando muito a expressão lifelong learning, pois somos e seremos eternamente aprendizes. E isso é sobre troca, é sobre estar junto e aprender com o outro”, acrescentou.

Papel do administrador no cenário de transformação

Entre as muitas habilidades que o administrador precisa aprimorar nesse mundo que se transforma cada vez mais rápido, a mais importante, segundo Tati, é a de continuar dedicando tempo para entender o consumidor. Para isso, é importante conhecer tecnologia, as ferramentas ideais para conversar com o consumidor, a jornada do consumo, UX, CX, ou seja, saber tudo o que está ao redor do ser humano.

“O meu convite para os profissionais de Administração é não se deixar levar pelas ferramentas, mas sim por quem as vai consumir. Essa é uma mudança que não é simples, porque tendemos a querer olhar para o que tem de mais novo, o que está em alta, mas é preciso estudar mesmo para quem trabalhamos. Quer usar seu tempo para aprender tecnologia? Vai fundo. Eu também uso o meu, mas a maior parte do meu tempo está na psicologia, na empatia e no entendimento da análise do comportamento. É aqui que conseguimos nos diferenciar e trabalhar no desenvolvimento de marcas, produtos e serviços socialmente e ambientalmente relevantes”, concluiu.

A íntegra desta faixa especial, que encerrou o ENCOAD 2021, você encontra neste link.




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