Traçando um paralelo entre produtos físicos e produtos digitais que se diferenciam, principalmente, na questão da adaptabilidade - um produto físico já nasce com uma função muito bem definida, sendo difícil implementar melhorias ou correções; enquanto um produto digital nasce entregando um valor mínimo (MVP) e ganha qualidade e funcionalidades com o tempo - o especialista deixou clara a importância de se atentar a pontos de alto risco para o desenvolvimento de novos produtos, tais como valor, usabilidade, desenvolvimento e conexão com os negócios, elencados pela lenda do Product Management, Marty Cagan.  

Para Evandro, a fórmula para enfrentar esses riscos consiste em “investigar e fazer questionamentos, para encontrar o problema certo”, ou seja, sair do “genérico” e entrar nos detalhes e até nos subproblemas, para entender a dor real. 

Seja ágil

Na sequência, o coordenador do Grupo de Excelência em Coaching do CRA-SP, Pedro Panos, convidou os participantes experimentarem o movimento ágil, por meio da Aplicação da filosofia ágil em projetos pessoais e profissionais, uma vez que, segundo ele, agilidade é uma competência e, como tal, pode ser aprendida e desenvolvida, primeiro pelo conhecimento, depois pelas habilidades e, por último, pelas atitudes. “O conhecimento sem a prática, que é a habilidade, vira passatempo, então temos que praticar o que nos torna relevantes como profissionais e conectar isso a um “porque”, visto que, sem essa conexão, começamos a nos sabotar”, explicou.

Baseado no que ele chamou de filosofia ágil, que agrega a mentalidade, os valores e os princípios do Manifesto Ágil, Panos afirmou ser possível iniciar projetos com objetivos claros, seja para resolver problemas pessoais ou profissionais, inclusive, em cenários de complexidade, como o que vivenciamos atualmente, onde o “desconhecido é muito maior do que o conhecido”, ou seja, temos dificuldades de utilizar aquilo que deu certo antes, em situações novas com variáveis desconhecidas. 

Para quem deseja se aventurar no universo ágil, Panos indicou (e explicou) a prática Scrum, para implementação da agilidade em quesitos como autogestão, desenvolvimento de competências, aprendizagem acelerada, reposicionamento profissional, recolocação, finanças pessoais, redes sociais, entre outros. Um show de conteúdo! 

Isso, de acordo com ele, acaba gerando um valor abstrato para a empresa, motivando as pessoas a apostarem na marca, especialmente se esta estiver atrelada a uma causa social. E nisso o papel do agilista faz total diferença: “Pensem no agilista não como uma função ou um cargo, mas nos resultado que ele pode trazer entendendo as pessoas para resolver problemas.”

O agilista contou que ele passa boa parte do seu dia “evangelizando o agile”, como forma de gerir objetivos. Para quem deseja seguir os seus passo, ele pediu: “Preocupe-se mais em entender as pessoas e gerar um melhor ambiente de trabalho, para que as pessoas consigam fluir bem, em uma busca incansável por melhoria. Conhecer outras técnicas, outros modelos de trabalho é interessante, porque você vai agregar para a sua caixa de ferramentas. Mas se preocupe mais com as pessoas e menos com processos. Porque você só vai conseguir organizar novas rotas, se as pessoas estiverem na mesma direção.”