Muitas pessoas, principalmente aquelas com mais de 30 anos de idade, conhecem o desenho animado Papa-Léguas que, em todos os episódios, apresenta a ave fugindo de um coiote engenhoso e faminto. Sabe o que esses personagens lançados pela Warner Bros na década de 1940 têm a ver com a palestra que o Vitor Massari apresentou na Semana Temática Gestão Ágil, realizada na tarde do dia 22, no Canal a Serviço da Administração, no Youtube?

Sob o tema “Como aplicar a cultura ágil em sua organização”, o especialista em Agile/Learn, escritor e CEO do Grupo Hiflex ilustrou as explicações iniciais usando características dos dois personagens animados como forma de facilitar a compreensão desse assunto tão em evidência, mas que, ao mesmo tempo, é pouco conhecido pela maioria. Para alcançar sua meta, o coiote monta estratégias, acreditando que ser mais rápido, sem prever as reações da sua presa, o colocará em vantagem. Já o papa-léguas, que também se mantém rápido na fuga do predador, consegue ser mais imprevisível e se adapta às novas investidas do seu predador, o que faz com ele sempre vença no final.

Vitor, que respira o “mundo ágil” desde 2007 - quando ainda nem se falava sobre o tema, como ele próprio colocou na apresentação online - afirmou que é possível retirar dessa perseguição animada os cinco pilares do processo ágil, sendo o papa-léguas um exemplo do que seria uma empresa com agilidade na cultura. “Quando o papa-léguas elimina o desperdício de energia, ele aumenta sua eficiência e sua capacidade de adaptabilidade para atingir seus objetivos (fugir e se manter vivo) diante de cenários imprevisíveis (diversas investidas). Com isso, ele automaticamente é mais rápido e veloz do que o coiote”, explicou.

Para um público total de 975 pessoas, Vitor ressaltou que atingir uma “cultura ágil não é só ser rápido e veloz”. Alguns passos precisam ser levados em consideração como o entendimento de que problemas enfrentados pela empresa podem ser solucionados a partir dos pilares acima mencionados e a criação de estratégias com base no olhar para a cadeia de valor da organização. 

Outro grande erro apontado por Massari é quando os líderes e gestores acreditam que basta formar equipes ágeis, oferecendo treinamentos, dinâmicas e cursos de capacitação para levar agilidade a uma cultura organizacional. Não é apenas esse movimento que irá transformar o DNA empresarial, mas sim o alinhamento de ações mais profundas, como revisão de processos, priorização de demandas e desapego de métodos. “Temos que mexer na base. Se mexermos nisso, logo iremos gerar um novo comportamento de sobrevivência e uma nova cultura”, disse.  

Massari deixou bem claro que não há uma fórmula para o sucesso, nem garantias de que os sete passos de transformação para uma cultura empresarial ágil (que ele citou na palestra) darão certo. Contudo, são orientações que, possivelmente, darão uma “linha norte” para a conquista desse objetivo sem “xamanismos e frases motivacionais vazias de mercado”, como ele finalizou. 

Se você não conseguiu acompanhar ao vivo a apresentação do Vitor Massari ou que rever alguns trechos da palestra “Como aplicar a cultura ágil em sua organização”, que iniciou a programação do segundo dia da Semana Temática Gestão Ágil, assista ao vídeo abaixo.