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Como será o marketing digital daqui para frente?

É inevitável não relacionar as transformações pelas quais o marketing digital brasileiro tem passado nos recentes anos com o impacto provocado pela comunicação online no País. O aumento do uso das redes sociais na última década, por exemplo, mudou de vez a forma como as empresas se comunicam com seus públicos, principalmente com os clientes. As campanhas publicitárias atuais giram em torno de ações que envolvem as mídias digitais por serem mais eficientes na mensuração dos resultados, alcançarem mais pessoas com menos custo do que as mídias tradicionais (TV e rádio), falando diretamente com o target, ou seja, o público específico. 

Com o distanciamento social surgido durante a pandemia do novo coronavírus, as redes sociais, em especial o Instagram, se tornaram grandes ferramentas do marketing digital no Brasil e a tendência é que elas cresçam ainda mais. Qual será, então, o futuro dessa área do marketing no País, principalmente depois que as empresas precisaram se reinventar comercialmente? 

Para responder a essa pergunta, o CRA Entrevista Live convidou o publicitário e fundador da Macfor, Fabrício Macias, para bater um papo ao vivo no Canal a Serviço da Administração. “Qual será o Marketing Digital daqui pra frente?” foi o tema dessa edição e, segundo Macias, uma das principais tendências para a área é a "ultra segmentação", que explicaremos mais para frente.  

Fabrício acredita que o marketing digital "deixou de ser uma opção" e que não cabe às empresas, sejam elas pequenas ou grandes, se negarem a fazer uso dessa estratégia de comunicação que se tornou uma atividade chave, com um leque de ferramentas imenso que se divide em algumas categorias, como criação de conteúdos, mídias de performance, tecnologia e SEO.  

Evolução 

Na última década, a evolução do marketing digital foi bastante expressiva, ocorrendo uma adaptação às novas necessidades do mercado. No entanto, segundo nosso entrevistado, ainda pouco se fala sobre essa estratégia mercadológica nas faculdades devido o tema ser muito recente e, por isso, não existir uma vasta literatura sobre o assunto. Para Macias, o marketing digital não foi “incorporado de fato, de maneira massiva, na grade curricular das grandes universidades”. “Ao longo de 10 anos, o marketing digital se transformou muito e isso sempre acontece. O marketing digital vem e corre em círculos porque hoje existe isso que a gente chama de darwinismo digital - que é uma ideia que consegue prosperar muito rápido." 

Contudo, ele evidencia que a grande diferença de 2010 para cá foi a chegada do Big Data. “Essa parte de ciência de dados, de inteligência de negócios, a parte mais exata mesmo, que foge um pouco do tocante da comunicação, se tornou extremamente relevante. Hoje para prosperar no marketing digital, você tem que ter uma equipe de dados, uma equipe de inteligência por trás para sustentar as suas tomadas de decisões", advertiu o especialista. 

Outra tendência defendida por Macias foi a manutenção de um mapeamento mais detalhado e fidedigno dos consumidores. É nesse momento que a “ultra segmentação” se apresenta. No passado não muito longe, era difícil saber ao certo a idade, a classe social ou o hábito alimentar de um indivíduo a partir de um anúncio físico na rua. Com a comunicação digital, mais recursos de mensuração foram disponibilizados no mercado e isso tornou a campanha mais eficiente e barata. "Hoje é possível fazer anúncios geolocalizados. Em uma região de até 1 km, por exemplo, você consegue exibir uma comunicação sua dentro de uma empresa. Isso nos traz uma possibilidade que não existia. Antes você fazia um outdoor na rua, gastava, na minha cidade, por exemplo, R$1.500 por 14 dias e não sabia quem de fato havia visto a mensagem, comprado o seu produto, visitado sua empresa ou ligado para o seu vendedor por causa daquele outdoor. Por isso, os dados que estão por trás dessa segmentação são o novo petróleo", explicou.

Próximos passos  

“Uma publicidade extremamente direcionada”. Foi assim que Macias definiu o marketing digital do futuro. Ele também mencionou que apesar de ser um caminho extremamente mais rentável do que as mídias eletrônicas de maior alcance, como a TV e o rádio, é preciso buscar um equilíbrio entre os veículos na hora de fazer o plano de comunicação de uma empresa ou do seu produto/serviço. Se antes o valor de uma inserção regional de uma emissora retransmissora da rede Globo valia o mesmo que “rodar [uma peça publicitária] o Brasil inteiro através do Youtube”, hoje essa vantagem se apresenta ainda mais gritante pelo fato da Internet ter se tornado “um ambiente muito mais controlável”. Saber se as vendas foram geradas por meio do acesso digital também é outro recurso que fortalece o crescimento do investimento nas redes sociais. Esses são alguns pontos que fazem o publicitário desenvolver, atualmente, campanhas “integradas”, onde os impactos das mídias digitais se complementam com os das mídias eletrônicas. 

O marketing digital não significa estar presente apenas nas redes sociais, mas Macia afirmou que é importante ter um perfil na maioria das mídias, testando e mensurando sempre qual está dando mais retorno e, a partir desses resultados, dedicar mais tempo a ela, caso não tenha o suporte de uma agência ou equipe focada nesse trabalho. 

Outra realidade que seguirá mais forte no futuro são os influenciadores digitais. Esses personagens, que se tornaram os garotos propagandas do momento - muitos deles fazendo verdadeiras fortunas com seus posts patrocinados - chegaram para ficar e, se forem usados de forma coerente e analítica, podem trazer bons retornos para a marca. Uma dica que Macias deu sobre esse tema foi escolher o influenciador a partir dos números que ele gera. "Eu sugiro você selecionar primeiro um que tenha proximidade com seu público (clientes) e pedir que ele instale um código de acompanhamento para ver quanto resultado gerou”, aconselhou, ao lembrar que a quantidade de seguidores nem sempre quer dizer grande visibilidade, porque tem muita gente que compra os também chamados “seguimores” - expressão muito usada nas redes sociais por blogueiros e blogueiras para se referirem às pessoas que as seguem. A última dica dada por Macias foi o contrato sobre risco, uma modalidade que permite que o pagamento seja feito apenas se a campanha alcançar o objetivo. 

Macias finalizou a entrevista ressaltando que esse processo de digitalização empresarial não é apenas "uma virada de chave ou contratação de ferramentas de tecnologias". Para ele, se transformar digitalmente é um "processo de cultura e mudança de mindset. 

Se você não pôde assistir ao vivo ou que rever algum ponto desse CRA Entrevista Live, basta acessar o vídeo abaixo. Inscreva-se no Canal a Serviço da Administração e siga-nos nas redes sociais para ficar por dentro das nossas próximas produções. 





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Publicação física com periodicidade trimestral
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