O investimento social privado na luta contra a pobreza - CRA-SP
Faça download do App |
Este espaço é reservado para as contribuições enviadas por profissionais registrados no CRA-SP. Para ver o seu artigo aqui, encaminhe-o para redacao@crasp.gov.br. Todos os textos passam por uma avaliação da equipe editorial, que verifica a possibilidade de publicação de acordo com requisitos como clareza de ideias e relevância do tema.

O investimento social privado na luta contra a pobreza

Impressionante, mas, no Brasil, seguindo os padrões do Banco Mundial, a pobreza também tem classificações. Para que receba recursos de sobrevivência de algum programa governamental, o pobre, que quase nada tem, é colocado numa máquina econômica para que sua miséria seja rotulada em pobreza extrema ou pobreza. Afinal, quantos brasileiros se encontram em estado de pobreza extrema ou de pobreza? 

Em 2019, a população em pobreza extrema representava 4,1% dos brasileiros, enquanto a população na pobreza correspondia a 7,8% do total da população. Mas, em 2020, enquanto os gestores procuravam respostas para tal questão, surgiram, em plena pandemia da Covid-19, mais 38 milhões de pobres invisíveis. Os invisíveis são as pessoas que não recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), não estão inclusos no programa de transferência direta de renda (Bolsa Família) e nem são inscritos no Cadastro Único do governo federal. São invisíveis. Estão numa terceira via da pobreza, sobrevivendo a cada dia por meio do seu ganha-pão. Talvez, estejam nesse grupo as pessoas denominadas carroceiros, que vivem da coleta diária de materiais inservíveis da região que habitam. 

Nesse ponto, investimento social privado é de grande valia no auxílio aos órgãos governamentais na efetivação das políticas públicas para o povo brasileiro. As empresas privadas, embora constituídas principalmente com vistas à obtenção de lucros, têm se mostrado solidárias para a redução das desigualdades e para a construção de uma sociedade justa. Uma das maneiras de que se valem para a consecução desses objetivos tem sido o investimento social empresarial. Segundo dados extraídos do relatório Benchmarking do Investimento Social Corporativo (GIFE-BISC), no período de 2010 a 2019 o setor privado, com suas fundações e institutos de responsabilidades sociais, investiu cerca de R$ 32 bilhões em projetos sociais, diretamente ou por meio de operações de grantmaking. A prática do grantmaking consiste no financiamento de projetos sociais já existentes em vez de criar novos e executá-los por conta própria. Para que querer inventar a roda se ela já existe? 

Se houve, num passado recente, uma preocupação com a captação de investimentos para projetos sociais voltados às ações assistencialistas, o “andar da carruagem” mostrou que os projetos sociais devem focar cada vez mais na promoção humana e alinhar-se aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), principalmente na erradicação da pobreza e redução das desigualdades.

É assim que enxergamos o Administrador e seu investimento social privado na construção de um mundo melhor, torcendo para que acreditem que fazem a diferença na erradicação da fome e da pobreza do planeta. 

Esse é o nosso ponto de vista !

Por Djair Pereira

CRA-SP nº 8002

Mestre em Administração, professor universitário e autor do livro “Investimento Social Privado e Ações Assistencialistas: uma luta contra a pobreza”





Revista Administrador Profissional - ADM PRO
Publicação física com periodicidade trimestral
Conteúdo produzido pelo Departamento de Comunicação do CRA-SP
Todos os direitos reservados