Administradores profissionais no serviço público: é possível? - CRA-SP
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Administradores profissionais no serviço público: é possível?

Não é recente a preocupação da sociedade brasileira com a gestão dos recursos públicos, em todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal), nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), dada a avalanche de notícias veiculadas a todo o momento acerca dos diversos crimes praticados contra a Administração Pública: corrupção passiva, peculato, prevaricação, concussão, só para citar alguns exemplos.

Apesar de nossos governantes serem democraticamente escolhidos pelo voto direto, não lhes é exigida nenhuma formação que os capacitem como gestores públicos, cabendo esta qualificação para o corpo técnico ou estratégico do ente público, ou seja, os servidores públicos, os quais efetivamente implementam as políticas, funções e atribuições administrativas.

A questão que se levanta é se dentro deste contexto das instituições públicas existe a figura do Administrador como o profissional capaz de fazer este “meio de campo”, conseguindo condensar as questões político-burocráticas que ainda permeiam a aparelhagem do estado em sincronia com os princípios basilares da Administração Pública encontrados no artigo 37 da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). Neste último e mais recentemente acrescentado princípio, aliás, é onde se tem mais perspectivas de contribuição das habilidades do Administrador.

É notório o fato de que este possui as competências necessárias para lidar com todo esse arcabouço de normas, porém, a área pública ainda não tem dado o devido valor para estes especialistas, mesmo sabendo da sua importância e retribuição intelectual, o tornando cada vez mais fundamental para o bom andamento dos serviços prestados à população.

Sabe-se da existência de servidores públicos que exercem com excelência suas funções, possuindo um potencial que vai além de suas responsabilidades. Não obstante, são subutilizados nas instituições às quais pertencem. Isso se deve muitas vezes até mesmo pelo desconhecimento, por parte dos dirigentes, do capital humano que têm nas mãos quando assumem seus mandatos, visto não haver ainda uma gestão por competências plenamente estabelecida na maior parte dos órgãos governamentais. Mesmo assim, estes agentes públicos (investidos em cargos públicos) têm buscado capacitação por conta própria, atualizando-se por meio de formação técnica e principalmente universitária, desenvolvendo-se e elevando o nível de qualificação deste setor, por vezes tão desgastado por culpa de umas poucas “laranjas podres” que estão em seu meio.

O serviço público necessita destes profissionais gabaritados, como a exemplo do que já acontece nas organizações privadas, que tanto contribuem para o progresso e desenvolvimento do país!  

Por Adm. Eduardo Bueno Domingues

CRA-SP nº 120.019

Especialista em Gestão Empresarial

Técnico em Recursos Humanos da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra





Revista Administrador Profissional - ADM PRO
Publicação física com periodicidade trimestral
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