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A moda vestindo a sustentabilidade

A indústria da moda é a segunda que mais gera impactos ambientais, ficando atrás apenas da indústria do petróleo. Além dos recursos naturais usados em grande quantidade para produzir as principais matérias-primas, como as fibras naturais, ainda contamos com outros grandes problemas, como a falta de um descarte correto de peças do vestuário que não são mais usadas. Só para se ter uma ideia, para produzir um 1 kg de algodão (um dos principais elementos usados na produção de tecidos no Brasil), são necessários mais de 300 mil litros de água. Fora que, uma vez produzida e usada, quando é chegada a hora de ser descartada, a roupa não tem um destino sustentável, gerando toneladas e mais toneladas de resíduos têxteis, mesmo havendo reaproveitamento de outros milhares de quilos de roupas, por exemplo.

Esses são apenas dois dos muitos problemas ambientais que a indústria da moda causa e, por conta da necessidade de construir uma sociedade mais sustentável em vários aspectos, várias empresas agora buscam desenvolver políticas que desenvolvam a sustentabilidade, de modo que toda a cadeia de produção faça parte da construção de um mundo mais verde e igualitário.

Visando demonstrar como gigantes da cadeia produtiva do segmento de roupas estão atuando para diminuir os desperdícios e poluições geradas pelo setor, o CRA-SP, em parceria com o seu Grupo do Pacto Global, convidou três dos mais importantes grupos do vestuário brasileiros para apresentar seus cases relacionados a essa produção sustentável.  

O encontro online “A moda vestindo a sustentabilidade”, realizado no Canal a Serviço da Administração, contou com a participação de Valesca Magalhães (head de Sustentabilidade do Grupo Riachuelo), Mariana Vieira (coordenadora de Sustentabilidade da C&A) e Fernando Lucena (diretor de Varejo do Grupo Marisol). As apresentações foram moderadas pelo jornalista Milton Jung, apresentador da rádio CBN.

Atividades desenvolvidas

Entre as principais ações realizadas pelas marcas estão atividades mais sustentáveis voltadas para o desenvolvimento de produtos, logística e vida dos colaboradores. Esses, por exemplo, são os pilares adotados pela C&A nesse processo. Segundo Mariana, existe a preocupação de devolver à natureza tudo que foi extraído dela para a criação de suas peças, inclusive, produzindo jeans sustentável. Gerar engajamento entre os consumidores também é outro braço muito importante e as campanhas para despertar o consumo consciente entre as pessoas é uma importante estratégia de toda essa logística eco-friendly.

Voltada para o público infantil, a Marisol se tornou líder de franquias para esse segmento no Brasil, totalizando hoje quase 100 lojas monomarcas, mais de 4,5 mil multimarcas e 18 milhões de peças produzidas durante o ano. A partir do propósito “Criar um futuro melhor”, esse império têxtil que também produz calçados tem ganhado destaque no mercado sustentável muito por conta das ações desenvolvidas com seus colaboradores. Por outro lado, também há uma grande preocupação com a economia circular, restando para a marca a questão: o que será feito com a roupa da criança que tem vida útil curta?

De acordo com Fernando, o próprio sistema de produção de roupas cria uma “perecividade precoce”, o que encurta, ainda mais, a vida útil de uma roupa. Todos sabem que as coleções de moda são pensadas por estações do ano e hoje já se fala, até, de micro estações entre as quatro principais. Segundo o executivo, isso é muito rentável para o caixa da empresa, mas está longe de ser uma prática sustentável e, por isso, “merece ser repensada”, conforme afirmou Lucena, ao garantir que a Marisol já analisa essa prática do mercado. 

Sustentabilidade x prática de negócio

Como alinhar esses dois elementos que parecem tão longínquos de um consenso? Parcerias com fornecedores, desenvolvimento de uma economia de recursos (matéria-prima) e uso de processos de menor impacto ambiental são algumas das ações que podem ajudar a chegar nesse denominador comum entre o lucro e a preservação do meio ambiente. Propor soluções inovadoras, pensar em produtos seguros e socio ambientalmente responsáveis para os clientes e pensar na sustentabilidade do negócio são as chaves dessa grande equação, conforme comentou Valesca, que ainda afirmou que “falar de sustentabilidade é falar de um caminho sem volta”.

Desde abril deste ano, o Grupo Riachuelo se tornou signatário do Pacto Global por seu envolvimento com políticas de sustentabilidades baseadas na agenda 2030 da ONU, que planeja ações para as pessoas, o planeta e a prosperidade como um todo, de modo que a paz se fortaleça no mundo. Ao todo são 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (mais conhecidos como ODS) e 169 metas para erradicar a fome planetária e promover vida digna para todos.

Ainda falando sobre o Pacto Global, o CRA-SP também se tornou um dos signatários devido aos projetos que realiza, principalmente na área da educação comunitária (atividades desenvolvidas pelo Centro do Conhecimento).

Se você quiser rever algum momento do evento “A Moda vestindo sustentabilidade” ou assisti-lo na íntegra, basta clicar no vídeo abaixo. Acesse o canal do CRA-SP no Youtube e fique por dentro de todas as realizações: www.youtube.com/oficialcrasp

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