ENCOAD 2023 chega a sua 14ª edição com quase 7.500 visualizações no primeiro dia de evento - CRA-SP
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ENCOAD 2023 chega a sua 14ª edição com quase 7.500 visualizações no primeiro dia de evento

Tradicional encontro do CRA-SP é realizado em parceria com os Grupos de Excelência do Conselho e este ano aborda a empregabilidade como tema central

O primeiro dia do Encontro do Conhecimento em Administração - ENCOAD 2023, promovido anualmente pelo CRA-SP, alcançou 7.437 visualizações ao vivo durante sua transmissão pelo Canal A Serviço da Administração, no YouTube. Abordando como tema central O Algoritmo da Empregabilidade, o evento tem como objetivo debater tudo aquilo que as organizações procuram em seus colaboradores, bem como as competências necessárias que os profissionais precisam desenvolver para se manterem competitivos no mercado de trabalho. 

Ao longo das suas quase dez horas de programação neste primeiro dia, o ENCOAD 2023 trouxe painéis, entrevistas e palestras que abordaram assuntos como desenvolvimento humano, saúde mental, ESG e áreas específicas da Administração, como logística e finanças, por exemplo. O chat do YouTube, onde os participantes puderam fazer perguntas para os convidados que participaram ao vivo, recebeu quase 3.100 mensagens e foi lugar de muita interação. 

Em seu discurso de abertura, o presidente do CRA-SP, Adm. Alberto Whitaker, agradeceu a todos aqueles que contribuíram para a realização do evento (membros dos Grupos de Excelência, convidados especiais e apoiadores do evento) e destacou as ações que o Conselho realiza a favor da difusão do conhecimento, enfatizando que o aprendizado hoje deve ser contínuo. “Ao longo dos anos, em especial da última década, acompanhamos muitas transformações sociais, econômicas e comportamentais e o conhecimento se tornou algo mutável, algo que devemos sempre alimentar. Se antes a formação superior era o suficiente para garantir um bom emprego, hoje ela é condição mínima para todo e qualquer profissional que deseja trilhar uma carreira de sucesso”, disse. 

Confira, a seguir, todos os destaques da programação do primeiro dia do ENCOAD 2023.

   Paula Esteves

Faixas especiais

Dando início à programação do dia, o ENCOAD recebeu para uma entrevista especial a sócia e CO-CEO da Cia de Talentos Paula Esteves, que falou que para se tornar atraente em um mercado de trabalho em constante transformação e conseguir navegar nesses diferentes cenários de incertezas é necessário, em primeiro lugar, ter capacidade de adaptação e flexibilidade. “Precisamos aprender a ficar confortável com o desconfortável, pois a todo momento vamos lidar com situações e problemas que nunca passamos e, muitas vezes, vamos errar na resolução desses problemas, porque eles são novos”, orientou. 

Outro ponto importante, segundo Paula, é trabalhar a ambidestria. “É preciso ter foco no que estou fazendo hoje, no curto prazo. Porém, não posso deixar de pensar no futuro, em como a minha área vai ser impactada e como o negócio pode ter novas receitas. É preciso também ter curiosidade e abertura para o novo, estar sempre atento ao que está acontecendo, ter um perfil mais questionador e criatividade para pensar em novas formas de resolver problemas. Não adianta mais ter um pensamento linear, é preciso estar antenado a todos os modelos e entender que é preciso aprender com cenários diferentes”, esclareceu a CO-CEO.

         Carol Milters

Na segunda faixa especial do dia, os cuidados sobre a saúde mental foram o centro da conversa. Para falar sobre esse assunto, o CRA-SP recebeu a escritora, palestrante e consultora do tema Carol Milters. Ela compartilhou a experiência que vivenciou com a síndrome do Burnout, desencadeada antes dos seus 30 anos em consequência do crescimento acelerado na sua carreira. Contou, ainda, que atualmente as organizações esperam uma entrega em um nível que não é humano e que o colaborador está pagando o preço. 

“É importante que cada um de nós entenda que não existe super-homem ou super-mulher e não há como estar sempre positivo. Precisamos entender também que na nossa vida, profissional e pessoal, precisa haver um espaço para acomodar as diferentes emoções, já que não estamos mais em uma era do trabalho em que podemos deixar quem somos na porta. Hoje em dia existem as soft skills,  que dependem da nossa subjetividade e só vamos atingir todo o nosso potencial a partir do momento que permitirmos sermos quem somos, acessando nossas emoções e, às vezes, dando um passo para trás para continuarmos caminhando”, explicou.

     Carolina Dostal

Já na terceira entrevista do dia, a convidada foi Carolina Dostal, diretora da ABRH-SP e especialista LinkedIn. No bate-papo, ela apresentou dados referentes à plataforma que apontam que, no mundo, a rede já está chegando a quase 1 bilhão de usuários, com  67 milhões de profissionais brasileiros cadastrados, o que nos torna o terceiro país mais importante do mundo. Na sequência, a diretora explicou que ao utilizar o LinkedIn é preciso saber, antes de tudo, qual é o seu objetivo como, por exemplo, conseguir um emprego, ganhar visibilidade ou prospectar novos clientes. “A partir disso é importante saber qual é o seu público-alvo, afinal, se há tantos usuários, vai ser difícil comunicar com todos de forma massiva”, explicou.   

Carolina revelou, também, que existe uma métrica no LinkedIn que chama Social Selling Index (https://www.linkedin.com/sales/ssi), cujo conceito foi idealizado com base em quatro pilares fundamentais: estabelecer sua marca profissional; encontrar as pessoas certas; engajar a sua rede com insights; e construir relacionamento. “Essa métrica é indicada para todos os profissionais que querem saber como estão se comportando na rede”, explicou. 

A diretora deixou claro que é importante que o perfil tenha uma boa foto; um bom título, que pode ser o cargo, a área de atuação ou uma frase que explica o que você faz; e  que a URL seja personalizada. Além disso, Carolina compartilhou uma importante dica sobre o que não se deve fazer quando se está procurando um emprego. “O profissional não pode colocar que está em busca de uma oportunidade, porque o algoritmo consegue ler os campos do LinkedIn. Então, quando um profissional está recrutando, ele busca os candidatos a partir de suas palavras-chaves. Por isso, é preciso ser cada vez mais específico, para quando o recrutador fizer a busca por meio dos filtros da rede, ele possa encontrá-lo através das palavras-chaves”, orientou.

        Ana Chauvet 

E, encerrando as faixas especiais do dia, o ENCOAD 2023 conversou com Ana Chauvet, CEO da i9hunter e LinkedIn Top Voice. A especialista comentou que as pessoas precisam entender que o processo de recrutamento não é mais uma via de mão única. Ela relembrou que, antigamente, quando havia uma vaga em aberto, as habilidades técnicas eram avaliadas, o candidato era selecionado somente por essa questão e, culturalmente, ele ficava naquele cargo por anos. “Atualmente não é mais assim, os profissionais querem uma via de mão dupla, querem se sentir importantes naquele ambiente profissional e resolver as questões que estão relacionadas com seus desejos, necessidades e felicidade”, informou. 

Ainda de acordo com a CEO, um recrutamento seletivo humanizado exige um olhar para todas as pessoas na sua unidade, pois é preciso entender que não se trata mais de um processo apenas com habilidades técnicas, mas sim comportamentais, que analisa se os valores da empresa estão alinhados com os valores do profissional. “É um processo muito mais individualizado, com uma comunicação muito mais transparente e próxima do candidato”, explicou Ana.

   André Massaro

Áreas da Administração 

Além das entrevistas, o ENCOAD 2023 também trouxe palestras sobre setores específicos da Administração. A primeira área a ser debatida foi a de finanças, que congrega um grande número de profissionais e foi explicada pelo professor da B3 e coordenador do Grupo de Excelência em Administração Financeira do CRA-SP, Adm. André Massaro

Em sua apresentação, Massaro afirmou que a área de finanças é a carreira mais escolhida pela maioria dos administradores. O segmento, segundo ele, pode ser dividido em duas grandes vertentes: administração/gestão financeira e mercado financeiro. Em relação à primeira, as vantagens são de que essa área é relativamente à prova de crises, além de ser mais versátil. “Os departamentos financeiros das empresas costumam ser muito enxutos, porque a gestão financeira é vista como um centro de custo e não um centro de receitas e, por esta razão, as áreas são pequenas. No entanto, quando as crises chegam, não há cortes no setor. É o momento em que o profissional de finanças vê todo mundo sendo mandado embora, mas ele permanece. A desvantagem, porém, é que o profissional sempre será visto como um gasto e tem um alto risco de estagnação profissional”, comentou. 

Já no mercado financeiro, Massaro explicou que o profissional tem maior possibilidade de ganhos e é atraído pelo glamour da área. “As pessoas romantizam o estilo de vida deste mercado e sonham com a possibilidade de grandes ganhos e recompensas financeiras, que de fato existem. Tem muita gente nesse mercado que ganha muito dinheiro e isso acaba sendo um grande chamariz para as pessoas que têm grandes ambições materiais e querem dar uma acelerada na vida financeira. A desvantagem, entretanto, é que o setor é instável, não é versátil, tem alto risco de disrupção tecnológica, é um ambiente de trabalho mais tóxico e há grande competição com outras formações”, esclareceu.

        Ana Paula Blanco

Em seguida foi a vez de Ana Paula Blanco, vice-presidente da DHL Supply Chain e convidada do Grupo de Excelência em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística do CRA-SP, falar sobre o profissional que controla esse setor que também emprega milhares de profissionais da Administração. 

Segundo Ana Paula, a alta demanda tem exigido que as cadeias de suprimentos sejam cada vez mais rápidas, flexíveis, granulares (pulverizadas, como os e-commerces), precisas e eficientes. ”É um desafio interessante, porque ao mesmo tempo em que todas essas exigências acontecem, estamos em um mundo que precisa ser cada vez mais competitivo. Então, precisamos ter níveis de serviços maiores, com custos cada vez mais otimizados”, afirmou.

A vice-presidente explicou, ainda, que no momento em que a empresa busca por profissionais para atuar no setor, ela avalia alguns atributos importantes, para saber se eles estão aptos para lidar com os desafios da área. Ana comentou que entre as principais habilidades requeridas estão: capacidade analítica e de resolução de problemas; comunicação e relacionamento interpessoal; liderança e trabalho em equipe; adaptabilidade e conhecimento técnico.

    Rosely Schwartz

Encerrando o ciclo de palestras do dia, a autora do livro “Revolucionando o Condomínio” e coordenadora do Grupo de Excelência em Administração de Condomínios, Admª Rosely Schwartz, falou sobre as competências do administrador nesta área. 

A especialista comentou que a gestão de condomínios se assemelha à gestão empresarial e, por este motivo, o administrador ou o tecnólogo precisa se capacitar. Em relação às habilidades técnicas, a coordenadora do GEAC pontuou que é fundamental  que o gestor condominial tenha conhecimento em planejamento, contabilidade, finanças e legislação. E quanto às habilidades comportamentais, ela disse que é importante que o profissional tenha inteligência emocional, saiba liderar as mudanças e desenvolva a autoconsciência, no propósito de compreender as próprias emoções e identificar suas forças e fraquezas. 

Além disso, Rosely também considera válido que o profissional domine a autogestão, tendo autocontrole das próprias emoções; desenvolva a empatia; e tenha habilidade social para saber como conduzir as pessoas na direção necessária. “O gestor de condomínio tem que ter uma visão macro”, afirmou. 

         Lucila Marques

Mesas de debate

Para discutir temas importantes da atualidade sob diversas perspectivas, o ENCOAD 2023 também realizou mesas de debates, que contaram com a participação de membros e convidados dos Grupos de Excelência do Conselho. 

No primeiro painel do dia, realizado em parceria com o Grupos de Excelência de Mediação e Arbitragem, Coaching e Mentoring, Administração Estratégica de Pessoas e Tecnologias, e Empresas Familiares, o tema principal foi o “Desenvolvimento Humano”, debatido por Andre Hirano, gerente geral de RH da Hyundai Motor Brasil; Lucila Marques, mentora e coach de líderes; François Nadas, consultor e executivo de novos negócios; e Sandra Regina da Luz Inácio, PhD em Administração e Psicologia Clínica pela Florida Christian University.

Para Lucila, a criação de plano de carreira é muito importante para o desenvolvimento profissional. Para tanto, é preciso estruturá-lo para que ele possa ajudar o profissional a estabelecer metas claras e a traçar o seu caminho de crescimento profissional. “Se o profissional não sabe para onde ele vai, qualquer situação que aparecer é interessante. O plano de carreira incentiva o autoconhecimento, porque quando se define aonde quer chegar, fica muito mais fácil desenvolver habilidades comportamentais e técnicas, ter conhecimento e buscar experiências para estar apto para fazer aquilo. Isso amplia o foco das oportunidades e do aprendizado”, explicou a mentora.

Já Hirano explicou que pelo fato de o curso de Administração ser muito amplo e trazer conhecimentos em várias áreas, durante o processo de seleção o candidato precisa saber quais são os requisitos da vaga, os conhecimentos técnicos necessários, além da parte comportamental que também é muito importante. “O autoconhecimento e o autodesenvolvimento são fatores importantes no processo de seleção. Além disso, o domínio de outros idiomas, como inglês e espanhol, também são essenciais e vão criar um diferencial”, explicou.

    Sandra Regina da Luz Inácio

Nadas abordou, entre outros pontos, as competências técnicas que o profissional de Administração precisa desenvolver e ressaltou que nos dias atuais é impossível falar de tecnologia e não falar de inteligência artificial. Para ele, as pessoas precisam entender que a inteligência artificial veio para ajudar e não para substituir as pessoas. No entanto, ele enfatizou que todas as técnicas de Administração que já foram desenvolvidas nos últimos 100 anos precisam ser levadas em conta e não podem simplesmente ser descartadas. “As questões técnicas são muito importantes. Os profissionais de Administração cada vez mais têm acesso a muitas técnicas diferentes e é importante usar o autoconhecimento e buscar a excelência para que isso se desenvolva.” 

Sandra contou que as empresas desejam que os profissionais sejam inteligentes, criativos e inovadores. Porém, ela explicou que nosso cérebro trabalha com sinapses, ou seja, ele adora repetir e, por isso, é muito mais fácil para ele a repetição de comportamentos e atividades diárias. Para estimular o cérebro a produzir sinapses diferentes, Sandra sugeriu alguns exercícios simples, como comer com a mão esquerda; andar de trás para a frente; fazer caminhos diferentes na ida ao trabalho, entre outros. “Para se tornar mais inteligente, criativo e inovador em uma única atitude, a dica é: pule de paraquedas. Isso porque o nosso cérebro sempre vai querer nos proteger e quando você se jogar de um avião o cérebro não saberá que ali há um paraquedas e, ao perceber que você está caindo, ele automaticamente vai buscar lá atrás o que ele fez para te proteger de uma queda. Só que não existe essa referência, então ele vai fazer trilhões de sinapses e quando você descer nunca mais o seu cérebro será o mesmo. Desse dia em diante, quando tiver que resolver algum problema, você terá inúmeras soluções, porque o seu cérebro já aprendeu a fazer sinapses diferentes e você vai se tornar mais inteligente, criativo e inovador”, orientou. 

        Edmir Kuazaqui

Em seguida, foi a vez dos administradores e professores Nelson Ludovico e Edmir Kuazaqui, respectivamente coordenadores dos Grupos de Excelência em Internacionalização de Pessoas, Empresas e Carreiras, e Relações Internacionais e Comércio Exterior, debaterem o tema “Uma Visão Global”

No bate-papo, Ludovico comentou que para que o aluno consiga atuar em negócios internacionais é importante que haja uma reformulação técnica no curso de Administração e em suas áreas adjacentes que envolvem ênfases como Marketing, Comércio Exterior, Logística, entre outras. Para ele, a reformulação tem que acontecer de cima para baixo, porque as instituições acabam ficando engessadas com base nos programas do MEC, o que impede que os alunos tenham uma nova versão de conhecimento e competência, baseados em tecnologia. ”Não depende apenas do aluno para atuar no mercado externo, mas também das instituições e, principalmente, que os programas sejam mais liberais para que os jovens ou o público de meia idade possam estar mais preparados. Por isso, precisamos de uma reformulação para oferecer trabalho adequado aos estudantes de acordo com suas competências”, disse o administrador.

De acordo com Kuazaqui, até hoje a pandemia da Covid-19 traz uma série de consequências. Um dos maiores impactos foi na cadeia global de valores com uma redução de insumos e recursos matéria-prima afetando toda a cadeia produtiva global. “Também é válido lembrar que estamos tendo também um período de guerra entre a Rússia e Ucrânia e esses conflitos internacionais prejudicam a performance das empresas que ainda não se recuperaram dos impactos da pandemia. Tivemos uma redução global no número de empregos e uma acomodação na questão da remuneração, ou seja, menos empregos e atividades produtivas e, consequente, menor remuneração”, explicou. 

    Gleice Amaral

Para falar sobre “A Força Feminina no Mercado de Trabalho”, o Grupo de Excelência e Estudos da Mulher Administradora e o Comitê Jovens Administradores convidaram Tatyane Luncah, CEO do Grupo Projeto Figital e EBEM - Escola Brasileira de Empreendedorismo; e Gleice Amaral, administradora e empreendedora

Na conversa, Gleice comentou que para enfrentar os desafios de ingressar no mercado de trabalho, que ainda é predominantemente masculino, bem como traçar uma carreira, é importante investir em instrução. “Muitas vezes, a mulher jovem com alguma dificuldade financeira se sente incapaz de se autoqualificar e, com isso, se sente inferior para concorrer a um determinado cargo. Então é interessante que haja um trabalho voltado à sua autoconfiança e competência, pois o mercado é um direito nosso também e devemos lutar por ele”, disse a administradora.

Já Tatyane contou que depois da pandemia, por uma questão de necessidade, mais mulheres escolheram o empreendedorismo. Ela mencionou que no Brasil se fala muito sobre a economia do cuidado e que geralmente são as mulheres que cuidam dos filhos, da casa, do parceiro, dos pais idosos, dos doentes e, só depois disso, vão cuidar do empreendedorismo e delas mesmas. “Por tudo tem aumentado muito o número de mulheres empreendendo no País. Segundo o Sebrae já somos mais de 30 milhões”, disse a CEO.

       Keila Broedel

Depois foi a vez do “Universo ESG” ter destaque na programação. A mesa de debate, realizada pelos Grupos de Excelência em Negócios de Energia, Pacto Global, Ética e Sustentabilidade, e Governança Corporativa, contou com a participação de Keila Broedel, executive marketing manager ESG na Nestlé; Carlos Evangelista, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Geração Distribuída - ABGD; Ricardo Nogueira, especialista em Inovação e Transformação Digital; e Geraldo Falcão, professor convidado em Governança Corporativa pela FGV

No bate-papo, Keila disse que o ESG veio para comprovar que é possível as empresas conciliarem medidas de cuidados com o meio ambiente, responsabilidade social e melhores práticas de governança com bons resultados financeiros, independente do seu porte. “Em um exemplo prático, na Nestlé, há muito tempo se fala em sustentabilidade. Por ser uma empresa de alimentos, uma das maiores do ramo, ela acredita que o bom alimento é aquele que tem o poder de regenerar a natureza, transformar vidas e repensar as relações de negócios, por isso as iniciativas transpassam todos os níveis da organização e vêm sendo praticadas há um bom tempo”, contou a executiva.

Nogueira complementou dizendo que devido à pressão global e ao movimento de crescimento, as empresas brasileiras têm adotado várias práticas voltadas para o ESG. “Quando olhamos as empresas privadas, elas estão adotando práticas sustentáveis, responsabilidade social, já que a sociedade exige uma cultura adequada e eficaz. Entendo que é uma tendência em franco expansão e, cada vez mais, percebemos iniciativas tanto do ponto de vista do consumidor quanto do corporativo”, pontuou.

    Carlos Evangelista

Já Evangelista comentou que as pequenas e médias organizações têm se preocupado bastante com a questão do ESG, dentro de suas possibilidades. Segundo ele, elas têm uma vantagem competitiva muito grande, porque há facilidade de se mover rapidamente. “No Brasil, as pequenas e as médias empresas estão de parabéns por rapidamente se deslocarem para esses conceitos que vêm impactando toda a economia mundial”, salientou.

Por fim, Falcão explicou que não há dados referentes ao índice de adesão das pequenas e médias empresas ao ESG, porém, pelo fato de muitas delas estarem ligadas à cadeia de fornecimento de grandes empresas ou governo, elas vêm prestando conta de suas ações. “Não podemos perder a dimensão das PMEs, afinal, elas chegam a mais de 70% das empresas do mundo. Para elas, o ESG precisa fazer mais sentido do que para uma organização de grande impacto. Isso porque, muitas vezes, o seu recurso é finito, de curto prazo, então as estratégias ESG tem que demonstrar resultado e valor agregado ao negócio para que elas consigam inserir a prática na sua atividade do dia a dia”, enfatizou. 

       Alfredo Passos

E, encerrando o primeiro dia de sua programação, o ENCOAD 2023 recebeu o painel “Inteligência, Estratégia e Cenário Futuro”, que contou com a participação de Eduardo Piedade e Alfredo Passos, respectivamente coordenadores dos Grupos de Excelência em Administração Estratégica e Planejamento, e Inteligência Competitiva, e Onédio Siqueira Seabra Junior, convidado do Grupo de Excelência em Processo Prospectivo e Construção de Cenários. 

No bate-papo, os especialistas foram questionados se a tecnologia pode afetar a empregabilidade, principalmente nas áreas de Administração e Gestão. De acordo com Siqueira, a inteligência artificial se tornou uma ferramenta poderosa e transformadora dentro das organizações. Para ele, a tecnologia vai impactar significativamente os empregos, inclusive, nas vagas relativas às áreas da Administração. No entanto, o convidado destacou que os administradores possuem habilidades únicas e valiosas que são difíceis de serem replicadas pela tecnologia. “Entre as skills que os administradores possuem estão o aspecto da liderança, o planejamento estratégico, a habilidade de comunicação, o conhecimento de gestão, o pensamento analítico, a adaptabilidade e a parte ética. Estes atributos humanos desempenham um papel fundamental nas organizações”, explicou. 

Segundo Passos, nesse mundo relacionado aos dados, big data e analytics, há um vasto cenário de vagas de emprego para analistas em diferentes funções. Isso quer dizer que há oportunidades para os profissionais da Administração que se atentarem para esse lado da análise, afinal, a correlação entre um dado econômico e um dado de mercado ainda precisa do ser humano. “Essa é a oportunidade, é o pensar, é a estratégia. É dizer para a empresa onde estão ameaças e oportunidades, a partir desse montante de dados que temos em todos os lugares, a todo momento”, sugeriu.

Já Piedade disse que as oportunidades para as PMES são gigantescas. Elas sempre foram destaque no universo competitivo ao utilizarem as estratégias da própria vocação, de serem motivadas à adaptação, ao ajustamento e de serem ligeiras para ajustar. “Os pequenos podem se alinhar em propósitos de maneira bem objetiva a se diferenciar gerando não somente oportunidades de negócios, como também de empregos de forma mais longeva, justamente por essa motivação e disposição de permanente ajustamento que faz parte da cultura digital”, ressaltou.

Recados institucionais

Além da sua extensa grade que falou sobre a empregabilidade dos profissionais da Administração, o primeiro dia do ENCOAD 2023 também trouxe dois momentos institucionais importantes, nos quais as áreas de Relações Acadêmicas e Registro do CRA-SP puderam explicar como funcionam as ações que visam aproximar os profissionais e estudantes da área do Conselho e da profissão.

Todas as apresentações, entrevistas e painéis do dia estão disponíveis na íntegra no Canal do YouTube
Para conferir a programação completa e, também, realizar a inscrição do evento acesse www.encoad.com.br



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Publicação física com periodicidade trimestral
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