Administração do engajamento na era digital - CRA-SP
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Administração do engajamento na era digital

A era digital pode ser entendida como aquela em que dispositivos eletrônicos que utilizamos para o trabalho, para o entretenimento e para o estudo, estejam ligados em redes como a internet. Com a mobilidade advinda de equipamentos como os celulares modernos, passamos a ter acesso contínuo a conteúdos de todos os tipos, sendo possível também nos comunicarmos com qualquer pessoa da mesma rede a qualquer momento, inclusive com uso de vídeos, áudios e textos. 

Tal contexto tem nos levado ao que se conhece como computação ubíqua, na qual o processamento de informações e a comunicação em rede passam a nos oferecer a todo momento um conjunto de serviços e possibilidades que podem vir a promover, inclusive, oportunidades de novos negócios para as empresas. Mais recentemente, surgiu o conceito de internet das coisas, que se refere à computação onipresente e à difusão de dispositivos conectados à internet, de modo que inúmeros produtos com componentes eletrônicos e softwares passam a se comunicar uns com os outros de modo cada vez mais automático. Com isso, itens usados no dia a dia das pessoas passam a enviar dados para certas plataformas digitais, as quais criam perfis de usuários. 

A criação destes perfis em diferentes plataformas acaba por permitir que diversos tipos de algoritmos sejam utilizados para aumentar o engajamento dos usuários, apresentando a eles conteúdos cada vez mais personalizados.  

Como é evidente, a satisfação em receber o conteúdo personalizado tende a ser cada vez maior, conforme as plataformas vão acumulando dados e informações sobre as preferências do usuário, o que faz com que o engajamento também aumente. Surge, então, o conceito de capitalismo límbico, termo visto por alguns como negativo, pois se refere aos negócios que buscam potencializar o engajamento ao estimular os circuitos neurais responsáveis pelas emoções. Ou seja, o conjunto de estruturas cerebrais interconectadas que processam emoções são “ativadas” por algoritmos de plataformas, aumentando o interesse dos usuários pelo conteúdo apresentado ao melhorar a experiência de cada usuário específico. 

Como resultado desta estimulação, que pode parecer viciante para alguns usuários, tende a ocorrer a liberação de dopamina, causando assim uma eventual dependência comportamental, pois surge um sistema de recompensa cerebral no sistema límbico que influencia o comportamento das pessoas. O neurotransmissor dopamina, conhecido como a "molécula do prazer", está associado à motivação, o que faz com que ter satisfação ao se utilizar uma plataforma leve o usuário a ficar motivado a continuar utilizando tal plataforma, o que, no final, beneficia o negócio que se baseia na referida plataforma. 

Assim, surge como desafio atual para a administração fazer um uso correto destas novas estratégias de engajamento. Ou seja, além de se colher os benefícios, também se faz necessário evitar possíveis malefícios aos usuários das tecnologias digitais. 

Por Adm. Joni Amorim

CRA-SP nº 153066

http://lattes.cnpq.br/3278489088705449 




Revista Administrador Profissional - ADM PRO
Publicação física com periodicidade trimestral
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