Desde o início da pandemia, os professores enfrentam o desafio de reinventar suas metodologias de ensino, pois o modelo tradicional aplicado nas salas de aulas nem sempre tem o mesmo efeito no modo online, o que tem levado muitos alunos a se desinteressarem pelos estudos.

Com a ideia de apresentar soluções que estimulem os docentes a desenvolverem novas estratégias de ensino, o Grupo de Excelência em Gestão de Projetos do CRA-SP promoveu, no dia 13 de abril, o webinar “Gestão de projetos e aprendizagem com foco no processo de ensino”, transmitido ao vivo no Canal a Serviço da Administração do CRA-SP, no Youtube, e prestigiado por mais de 1.600 pessoas durante sua exibição. 

Para falar sobre o tema, o Grupo convidou o docente Paulo Taveira, cofundador da Escola InpiraSer. Na ocasião, Taveira revelou que, dentro das circunstâncias restritivas da pandemia, ele se desafiou a construir uma história melhor para seus alunos e, por essa razão, desenvolveu uma metodologia que agrega três elementos: Sala de Aula Invertida, Aprendizagem Baseada em Projetos e Scrum (ferramenta de gestão de projetos).

Para aplicar o método, sem que houvesse muitos custos, o docente fez uso de importante ferramentas: o Zoom, onde dividiu a turma em salas online específicas; o Miro, com o qual conseguiu resolver questões simultaneamente por meio do recurso de painéis interativos; o Trello, para organização das etapas do projeto; e o Google Forms, para as avaliações e autoavaliações semanais.

Outra estratégia utilizada para interagir com os estudantes foi a gamificação. “Essa ferramenta foi muito importante para trabalhar o desinteresse dos alunos. Durante as aulas online, percebemos muitas câmeras desligadas e nos sentimos sozinhos na estrutura. A gamificação veio para aumentar a interação e o engajamento, de modo que se sintam motivados a voltar na aula seguinte”, explicou Taveira.

Após realizar sessões de capacitação para que os alunos aprendessem a usar as ferramentas, o professor criou um desafio dentro da disciplina de Meio Ambiente, com o foco em resíduos. Para tanto, ele compartilhou o intrigante filme “Ilha das Flores” e desafiou os alunos a desenvolverem soluções sustentáveis do ponto de vista da geração de resíduos sólidos em quatro condomínios de grande porte, em Betim/MG. 

Divididos em grupos, os estudantes criaram pesquisas online para os condôminos no intuito de entender os problemas reais de cada local e, com base na apuração, sugeriram possíveis mudanças.

Durante a atividade, Paulo avaliou o desempenho de cada aluno e os bonificou com a moeda ambiental DBO, desenvolvida por ele para esse projeto. O estudante que conquistava mais moedas entrava para o ranking Top 10. “Isso estimulou nos alunos o interesse de entrar na lista vip”, disse o docente.

Taveira avalia que seu empenho para levar novas formas de conhecimento, inclusive na prática, teve bom êxito, afinal, dos 48 alunos da turma, apenas duas avaliações foram negativas.