A transformação digital e a importância da gestão de riscos - CRA-SP
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A transformação digital e a importância da gestão de riscos

As organizações estão inseridas num contexto de negócios dinâmico e vivenciando demandas de clientes cada vez mais exigentes. A competição se acirra e as vantagens competitivas se tornam temporárias. A transformação digital direciona as empresas para a busca de melhorias de desempenho por meio de arranjos estruturais complexos para desenvolvimento da inovação. 

Segundo a Revista Exame (fev/2021), a transformação digital é prioridade para 23% das empresas brasileiras pesquisadas. As estimativas para investimentos nessa área, segundo especialistas, podem atingir US$150 trilhões no mundo até 2025. Estudo recente da KPMG intitulado Top Emerging Risks 2021 enfatiza alguns riscos relativos a esta nova realidade, tais quais o Data-Driven Market e a Inteligência Artificial. Ressalta também a Lei Geral de Proteção de Dados, que tem impacto no controle dos dados pessoais no Brasil. 

Alinhada, a pesquisa feita pelo The IIA, denominada OnRisk: a guide understanding, aligning, and optimizing risk 2020, informa que os 5 principais riscos a partir de 2020 são: segurança cibernética, proteção de dados, mudanças regulatórias, continuidade de negócios e novas tecnologias. 

As tecnologias associadas à transformação digital são consideradas emergentes e em 2017 foram elevadas pelo World Economic Forum ao mesmo nível dos 4 fatores de riscos globais: ambiental, geopolítico, societal e econômico. Podemos citar: Blockchain, IoT, RPA, etc., que podem ajudar na gestão de riscos ou potencializá-los, a depender do emprego. Assim, é preciso investir nas capacidades de identificação, avaliação e resposta a riscos para minimizar a probabilidade de materialização. 

A gestão de riscos deve ser vista como habilitadora do alto desempenho para adicionar valor e diferenciação competitiva e, uma vez parte intrínseca da gestão de projetos e do ciclo de vida de soluções tecnológicas, pode gerar economias, evitar perdas e ampliar a visão nas tratativas com clientes, trazendo robustez corporativa e aumento dos benefícios obtidos com os ativos digitais. 

O maior dilema, no entanto, está nas questões relacionadas à experimentação. Como ser ágil e testar o mercado e ao mesmo tempo gerir os riscos para a organização, seus clientes e parceiros? É inevitável se expor a novos riscos. Mas como tratá-los neste contexto baseado na experiência do usuário e na constante aceleração dos negócios? 

Essas são duas questões dentro de uma intrincada equação. Soma-se a esses elementos as possíveis barreiras para a realização da transformação digital, tais como o mindset conservador, baixa propensão para tomar riscos, pouca agilidade organizacional, tecnologia e processos ineficientes, ausência de estratégia digital robusta, priorização de demandas deficitária e a inaptidão para lidar com a mutabilidade do comportamento dos clientes que buscam experiência diferenciada. 

É imprescindível a gestão de riscos inerentes a transformação digital e toda organização que deseja ser perene e sustentável precisa de uma agenda para isso.

Por Adm. Adm. Marcos de Araujo

CRASP n° 59121

Mestre em Estratégia de Projetos. Atualmente é sócio-diretor de gerenciamento de riscos para soluções digitais e tecnologia da informação na KPMG Brasil

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/marcosdearaujo





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