Em 1977,o psicólogo americano J.J.Gibson com sua Teoria da Affordance trouxe uma grande contribuição quanto à funcionalidade de objetos ou das coisas. Afirmava que todo projeto deveria destacar a qualidade do objeto permitindo a qualquer pessoa identificar de imediato suas funcionalidades. Exemplo: maçaneta de uma porta, que dispensa manual de instruções.
A teoria da affordance e os projetos sociais
Na construção de um projeto social torna-se importante resgatar a fala de M.Yunus, prêmio Nobel da Paz de 2006, em relação aos projetos financiados pelo Banco Mundial. “Qualquer projeto que financiam acaba sendo assumido por seus especialistas e consultores. Eles não descansam enquanto não moldam o projeto do seu modo.”
Pela fala de Yunus destacamos a distância existente entre a metodologia do Banco Mundial, os destinatários dos projetos e os fundamentos da teoria da affordance.
A teoria da affordance em sua essência inspira os projetistas à prática total da empatia com os favorecidos pelos objetos projetados e nos casos de projetos sociais deve haver empatia com os favorecidos pelos investimentos sociais privados.
Observa-se que muitas vezes um investimento social não atinge seu objetivo, como a erradicação da fome, porque os projetos estão longe da prática da affordance, exigindo intérpretes que dominem o “economês” dos sofisticados indicadores que balizam o projeto social. Consomem-se muitos recursos nas explicações do projeto e nem sempre o investimento social chega lá na ponta, onde está a fome e a pobreza.
6 passos de um modelo de projeto social com base na Teoria da Affordance
Um projeto social compatível com os fundamentos da teoria da affordance precisa ter “a cara” e a facilidade de uso de uma maçaneta. Eis os passos:
A aplicação dos fundamentos da teoria da affordance dá uma nova vida à modelagem de projetos sociais. Esse é o nosso ponto de vista.
Por Adm. Djair Pereira
CRA-SP nº 8002
Administrador, professor universitário, autor do livro “Investimento Social Privado e ações assistencialistas: uma luta contra a pobreza”, pela Editora Dialética.