Muito além da filantropia - CRA-SP
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Muito além da filantropia

Na Semana Temática “Carreiras do Administrador”, as diversas possibilidades de atuação no Terceiro Setor apresentadas por Beatriz Machado, vice coordenadora do Grupo de Excelência em Administração do Terceiro Setor, mostraram como a área vêm se desenvolvendo e a necessidade de se pensar em profissionais capacitados para atuarem em diversos ramos. Isso porque o panorama das instituições é grandioso: segundo a especialista, existem hoje mais de 230 mil organizações, enquanto que, em 1996, tínhamos apenas 85 mil. Ela mencionou que há dificuldades para estimar com certeza o número de entidades e, até para esse trabalho, é necessário pessoal capacitado.

Outro dado interessante trazido por Beatriz é a localização dessas entidades: quase metade (48%) estão no Sudeste e isso, segundo ela, pode ser olhado de duas formas: “O fato de a maioria estar aqui pode significar que as oportunidades para mim são maiores. Também posso ver isso como oportunidade, pois imagina o que dá para fazer no restante do Brasil. Dá pra montar uma organização e transformar esse país”, explica.

Qualificação

Mais de dois milhões de pessoas trabalham com carteira assinada nas instituições do Terceiro Setor no Brasil e cerca de 1/3 delas possuem nível superior. “Estamos falando de profissionais qualificados. Podemos mudar o mundo, com diversas empresas para trabalhar e tantas oportunidades para criar organizações no país. Temos muito o que fazer no setor e, ainda, podemos ganhar dinheiro com isso. Eu penso que esse cenário é muito importante, porque até bem pouco tempo atrás grande parte do segmento era apenas filantrópico e hoje em dia isso mudou. Há um reconhecimento de que, se não houver profissionais qualificados, não haverá gestão e não será possível demonstrar tudo o que se faz. Com isso, fica difícil convencer os potenciais investidores a doarem”, afirma Beatriz.

O perfil do colaborador do Terceiro Setor também é algo a se considerar, pois abrange diversas faixas etárias e profissionais com diferentes experiências, gerando um potencial de realização muito grande, conforme mostra a especialista. “Quando você tem pessoas que pensam diferente, o crescimento é maior. Além disso, as empresas privadas, para alcançarem seus consumidores, precisam cada dia mais demonstrar que são responsáveis social e ambientalmente e elas conseguirão isso através do trabalho das organizações do Terceiro Setor”.

Outro ponto que torna a atuação das entidades fundamental, além de uma tendência de mercado, são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da Agenda 2030 da ONU. “As Organizações da Sociedade Civil são muito boas em trabalhar pela causa em que atuam, mas também precisam focar no fluxo de caixa, no processo e em outras atividades, pois são essas ações que garantirão o uso adequado dos recursos. Para eu ser transparente, preciso estar organizado e não posso pensar somente na causa que atendo. Tenho que ter gente na organização fazendo um processo de compras bem feito, até para não deixar dinheiro na mesa”, finaliza Beatriz. 




Revista Administrador Profissional - ADM PRO
Publicação física com periodicidade trimestral
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